ALERTA

Soro antiveneno para Jararaca está em falta na Regional de Rondonópolis

Último lote foi repassado pela Secretaria Estadual de Saúde no mês de novembro do ano passado

por EMERSON DOURADO

23 de Janeiro de 2017, 16h59

Soro antiveneno para Jararaca está em falta na Regional de Rondonópolis
Soro antiveneno para Jararaca está em falta na Regional de Rondonópolis

O Estoque de soro antiveneno do tipo botrópico, para tratamento de pessoas picadas por cobras do grupo das Jararacas está zerado no Escritório Regional de Saúde de Rondonópolis, que compreende 19 municípios da região Sul do Estado. Os dois últimos repasses de soro botrópico realizados pela Secretaria Estadual de Saúde foram em setembro e novembro, totalizando 110 doses.

Segundo o diretor do Escritório Regional, Gilberto Roque Geremia, a previsão é que no mês de fevereiro, a SES faça um novo envio de soro botrópico. “Nós temos a previsão de receber um lote no primeiros dias de fevereiro, mas estamos sem receber desde novembro quando nos enviaram 60 ampolas”, comentou.

Por conta destes atrasos e a quantidade de doses que o Escritório Regional de Saúde de Rondonópolis recebe, Gilberto alerta as pessoas aDiretor do Escritório Regional de Saúde de Rondonópolis, alerta para a falta do antiveneno para cobras do grupo das jararacas Foto: Emerson Dourado/GazetaMT redobrarem os cuidados ao trabalhar ou até mesmo nos momentos de lazer em áreas de mata ou florestas. “A quantidade de ampolas que o Ministério está distribuindo é aquém da necessidade do Estado e da nossa Regional, então nós recomendamos que as pessoas se cuidem, quando elas vão para fazer serviços em locais que podem ter as serpentes ou as cobras, elas devem tomar cuidados utilizando equipamentos de proteção individual (EPI), como botas, caneleiras e luvas apropriadas para evitar que elas sejam picadas e que falte o soro quando ela precise ser medicada”, explicou Gilberto.

Sem o soro botrópico no estoque, a única alternativa dos municípios é o envio do paciente para o Pronto Socorro da Cuiabá, onde é atendido no Centro de Atendimento Antiveneno. “Como a quantidade é pouca, então a Secretaria centralizou este pequeno estoque de soro, onde eles tem uma equipe especializada, que com menos quantidade de ampolas eles conseguem tratar o paciente”, concluiu.

Segundo o diretor do Escritório Regional de Saúde de Rondonópolis, os demais soros estão com os estoques estáveis, como por exemplo para acidentes com Cascavel, Surucucu Pico-de-jaca e Coral verdadeira, além de escorpião e aranhas.

A identificação do animal responsável pelo acidente facilita o diagnóstico e tratamento.

PROBLEMA EM NÚMEROS

*Regional de Rondonópolis ocupa o 1ª posição dentre as 16 do Estado em acidentes com cobras da família das Jararacas, 152 casos em 2016;

*Um paciente picado por Jararaca em tratamento precisa de 2 a 12 ampolas de soro botrópico;

*Cobras da família da Jararacas são responsáveis por 95% dos acidentes ofídicos na Regional de Rondonópolis;

 *O município de Campo Verde, com população estimada pelo IBGE em 38.000 habitantes, registrou 33 casos de pessoas picadas por Jararacas no ano passado, enquanto na cidade de Rondonópolis foram notificadas 38 ocorrências;

* Os soros antivenenos são fornecidos ao Ministério da Saúde por apenas 4 laboratórios produtores oficiais brasileiros, como o Instituto Butantan, Instituto Vital Brazil (IVB), Fundação Ezequiel Dias (Funed) e Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI).