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“O esperneio é livre”, diz Janaina sobre apoio a parcelamento das dívidas do Estado

Base de Taques no Legislativo tentou manter decreto que autoriza Executivo parcelar em 11 meses débitos com fornecedores

por GazetaMT

11 de Setembro de 2018, 14h53

“O esperneio é livre”, diz Janaina sobre apoio a parcelamento das dívidas do Estado
“O esperneio é livre”, diz Janaina sobre apoio a parcelamento das dívidas do Estado

Depois de uma sessão conturbada na manhã desta terça-feira (11), a deputada estadual Janaina Riva (MDB), conseguiu convocar para esta quarta-feira (12) uma sessão extraordinária na Assembleia para que o Decreto Legislativo que visa suspender os efeitos do decreto de autoria do governo do estado e que impõe o parcelamento em até 11 vezes das dívidas do Poder Executivo com seus fornecedores, seja votado e aprovado.

Segundo a parlamentar, caso esse decreto não seja derrubado, o governo deixará uma herança maldita para o próximo governador e ainda quebrará milhares de fornecedores e empresas de todos os segmentos, gerando um caos financeiro ainda maior em Mato Grosso.

Toda a confusão da sessão plenária desta manhã aconteceu quando a deputada Janaina, vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça, tentou cobrar que a CCJ se reunisse para apreciar a legalidade do Decreto Legislativo e depois levá-lo ao plenário para aprovação em segunda votação, porém, numa manobra do presidente da CCJ e ex-secretário da Casa Civil do atual governo, deputado Max Russi, ele alegou que a deputada não tinha competência para convocar nada e a acusou de usar da condição de mulher dela e de filha de ex-presidente para querer passar por cima da autoridade dele. O fato é que em nenhum momento a deputada usou na fala dela qualquer argumento familiar ou de gênero para chamar os membros da CCJ a ser reunir. Eles, por vontade da maioria, haviam decidido na sessão passada.

"Em nenhum momento eu disse na tribuna que eu sou mulher e por isso mereço privilégios, em nenhum momento me vitimizei ou me inferiorizei pela minha condição de mulher ou me escondi atrás da minha família para fazer valer os meus posicionamentos no parlamento. Em falas como a do Max Russi, infelizmente, a gente vê que o machismo e preconceito se revelam. Ao contrário do que o deputado pensa e externou, sou mulher e tão capaz quanto qualquer outro aqui e não uso a questão de gênero para referendar meus posicionamentos. Oque eu trouxe à tona, é para que todos saibam quem é quem e de que lado cada um está. A verdade é que o deputado Max Russi me ligou e por não querer deixar votar a derrubada do decreto do governo do estado que parcela as dívidas com os fornecedores em até 11 vezes, foi deselegante e disse eu não sou presidente nem dona da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para convocar qualquer reunião, como realmente não sou, e mesmo com a maioria dos membros a favor da derrubada do decreto do governo ele disse que eu poderia convocar reunião da CCJ", disse.

Para Janaina, a deselegância do deputado Max Russi e desespero com que ele quer impedir o parlamento de derrubar o decreto do governo que coloca as empresas de Mato Grosso, é reflexo do desequilíbrio do governo.

"Quando eu sugeri que a CCJ se reunisse para apreciar o decreto legislativo que anula o do governo do estado, tinha ao meu lado a maioria dos membros, estávamos em 4 dos 5 membros da Comissão.  Não vou deixar de falar a verdade sempre, até porque não tenho medo de ninguém aqui na Assembleia. Então a verdade é que realmente o Max Russi me ligou, dizendo que eu não tinha a competência para convocar uma reunião de CCJ, mas quero dizer que eu tive a competência para reunir 13 assinaturas no meu requerimento de urgência urgentíssima para votação do decreto legislativo.  O esperneio é livre, e vocês sabem quando tem um barco afundando realmente as pessoas ficam desesperadas e acabam fazendo besteira. O que não foi o caso meu e dos deputados da oposição que ficamos sempre do lado da população, firme e forme, aguentando muito ataque é por isso que estamos forte", finalizou.

Após o requerimento de votação em urgência apresentado pela deputada ser aprovado por unanimidade, o deputado Max Russi ainda pediu vista do decreto numa tentativa clara de barrar votação. Porém, para garantir a votação antes das eleições, a deputada apresentou um requerimento para que seja realizada uma sessão extraordinária para amanhã, para votação dessa matéria.