No caloroso dia que foi esta última-terça (29) em Brasília, o resultado da votação na Câmara dos Deputados relacionada ao pacote de medidas contra a corrupção novamente trouxe aos mais observadores o reflexo do momento político nacional e a representatividade de cada um dos principais partidos. Neste caso, a falta dela. Chamou a atenção o quanto está abandonado o Partido dos Trabalhadores (PT).

Outrora de peso, com bancada e aliados nas mais variadas camadas do Poder, a sigla já não se sustenta. O processo que levou a seu definhamento nacional, desde o impedimento da ex-presidente Dilma Rousseff até a massiva perda de Prefeituras e cargos legislativos em todo o Brasil nas últimas eleições talvez, como nunca antes na história, se mostre, desta vez, irreversível.

Em Brasília, ao menos publicamente, o PT está sozinho. Mais que isso, beira a morte. Dos deputados que aprovaram o pacote anticorrupção (total de 450 votos), apenas Zé Geraldo, do PT do Pará, votou contra. Se acertou ou errou somente o tempo dirá.

Tão importante quanto o assunto do projeto, neste momento, é observar o que não está explícito. Brasília funciona na base do acordo, da barganha e da compensação, e justamente isso é tudo o que o PT atualmente não dispõe em seu cardápio para angariar aliados. Não é quisto pela esquerda que se sente traída e menos ainda pela direita que o jogou neste abismo político. É de dar pena. Ou não.