Determinado a garantir a abertura de uma CPI para investigar irregularidades na Cooperativa Agroindustrial de Mato Grosso (Coamat), o deputado estadual José Riva (PSD) não gostou da ideia do colega Zeca Viana (PDT) de incluir também a apuração de suspeitas envolvendo empreiteiras que prestam serviço ao Governo de Mato Grosso.

A cooperativa é ligada ao megaempresário Eraí Maggi, um dos principais financiadores da campanha do governador eleito (e desafeto de Riva), Pedro Taques (PDT). Já as empreiteiras na mira de Viana, entre elas a Trimec, teriam faturado alto do Governo para executar obras sob suspeita.

Riva já conseguiu 11 assinaturas e deve oficializar o pedido de abertura da CPI nesta terça-feira (21). Porém, ele classificou a proposta de Viana como uma 'retaliação', pois considera não haver provas de irregularidades envolvendo as empreiteiras. "Tem que se propor (CPI) não porque há indícios, mas sim porque há provas. Tenho mais de 200 autos de infração da Sefaz, ou seja, não são indícios, são provas", disse o ex-presidente da ALMT.

Cá entre nós, Riva tem todo o direito de argumentar e, como conta com o apoio da maioria dos deputados, certamente fará valer seu ponto de vista. Mas, no fundo, a história é um pouco diferente.

A verdade é que, se há indícios de irregularidades envolvendo empreiteiras e obras públicas, os deputados tem a obrigação de investigar. Por outro lado, se eles já tem provas de irregularidades envolvendo a cooperativa, nem precisam abrir CPI. Basta apenas encaminhar tudo as autoridades policiais e exigir a punição dos responsáveis.

Simples assim...