Bem de amigos!
Mesmo com bens bloqueados, Eder Moraes leva vida suntuosa bancada por 'amigos'
26 de Novembro de 2015, 09h59
Condenado a quase setenta anos de prisão por desviar dinheiro público, o ex-todo-poderoso Eder Moraes, operador de esquemas de corrupção nos governos Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB), não aparenta ter dificuldades para manter o altíssimo padrão de vida adquirido em um condomínio de luxo em Cuiabá, mesmo estando com suas contas bancárias bloqueadas e zeradas.
Mesmo desempregado e sem movimentação bancária, o ex-secretário continua ostentando uma vida de luxo e tendo despesas pessoas que ultrapassam R$ 40 mil mensais, todas pagas em dinheiro vivo por um segurança da Eder, de acordo com a Polícia Federal.
Conduzido coercitivamente para depor nessa quarta-feira, 25, à sede da PF em Cuiabá, Eder Moraes explicou que seu alto padrão de vida tem sido mantido por 'amigos' que pagariam suas contas e saiu sorrindo largamente da sede do órgão, que pela característica de sua atuação, deveria no mínimo provocar receio em quem tenha cometido crimes de qualquer natureza, como o ex-secretário.
Em entrevista coletiva após os depoimentos de Eder e de sua mulher, Laura Teresa da Costa Dias, o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Marco Aurélio Fáveri declarou que o objetivo da PF é descobrir de onde vem o dinheiro que sustenta as gastanças de Eder Moraes e apreender os R$ 16 milhões a que o ex-secretário foi condenado pela Justiça a devolver aos cofres públicos.
Espécie de arquivo vivo da corrupção ocorrida no estado nos últimos anos, Eder Moraes é o cabeça de um esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro que movimentou, segundo o Ministério Público Federal (MPF), mais de R$ 500 milhões.
Além de Eder, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), o ex-presidente da Assembleia José Riva, o senador Blairo Maggi (PR) e o conselheiro do Tribunal de Contas, Sérgio Ricardo, são investigados pela Operação Ararath, iniciada em novembro de 2013, para desarticular uma quadrilha envolvida em lavagem de dinheiro e crimes financeiros no Estado, que se utilizava de factorings de fachadas e outras empresas.
O Buxixo entende que as pessoas têm direitos, ainda que investigados pela polícia e com condenações na Justiça, mas o que o ex-secretário faz, ostentando uma vida luxuosa e bancando festas com o dinheiro desviado dos cofres públicos, é no mínimo um acinte e um verdadeiro tapa na cara do cidadão que acorda cedo todo dia para ir ao trabalho e é obrigado a viver uma vida simples.
Por conta dessas e de outras que a população cada vez acredita menos em uma Justiça justa e duvida cada vez mais da eficiência dos órgãos de segurança, que assistem a cenas deploráveis, como a de assistir um condenado pela Justiça ostentar com o dinheiro roubado sem o menor receio de ser flagrado no ato e ainda ri da cara da polícia após prestar depoimento na sede da Polícia Federal.
Eder Moraes já chegou a ser preso duas vezes, mas se livrou das garras da Justiça para continuar usufruindo do fruto de seus crimes livremente.
É vergonhoso e revoltante!...