“CALDO”

Novos depoimentos revelam suposto apelido de Blairo Maggi em nova lista da Odebrecht

Ministro recebeu R$ 12 milhões em propina, segundo delação que integra a lista do ministro Edson Fachin, do STF

por Robson Morais

12 de Abril de 2017, 07h39

Novos depoimentos revelam suposto apelido de Blairo Maggi em nova lista da Odebrecht
Novos depoimentos revelam suposto apelido de Blairo Maggi em nova lista da Odebrecht

O ministro da Agricultura Blairo Maggi -PP foi apontado como sendo o "Caldo" na nova lista de delatados por ex-executivos da Odebrecht na Operação Lava Jato. Com este apelido, o mato-grossense teria recebido R$ 12 milhões em propina, ainda em 2006, de acordo com os depoimentos que passam a integrar a lista do ministro Edson Fachin, relator do processo no STF.

Maggi é mais um dos nove ministros de Temer apontados como recebedores de propina. São eles: Eliseu Padilha -PMDB, da Casa Civil, Moreira Franco -PMDB, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Kassab -PSD, da Ciência e Tecnologia, Helder Barbalho -PMDB, da Integração Nacional, Aloysio Nunes -PSDB, das Relações Exteriores, Blairo Maggi -PP, da Agricultura, Bruno Araújo -PSDB, das Cidades, Roberto Freire -PPS, da Cultura, e Marcos Pereira -PRB, da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Padilha e Kassab responderão em duas investigações, cada.

Ao todo, nove ministros, 29 senadores e 42 deputados federais aparecem nesta mais nova lista.  Também serão investigados no Supremo um ministro do Tribunal de Contas da União, três governadores e 24 outros políticos e autoridades que, apesar de não terem foro no tribunal, estão relacionadas aos fatos narrados pelos colaboradores.

Os senadores Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, e Romero Jucá (RR), presidente do PMDB, são os políticos com o maior número de inquéritos a serem abertos: 5, cada. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-presidente do Senado, vem em seguida, com 4.

Em nota assinada, Maggi respondeu:

"Lamento que meu nome tenha sido incluído numa lista de 108 pessoas citadas em delações da Construtora Odebrecht, sem que eu tivesse qualquer possibilidade de acesso ao conteúdo da citação para me defender.

Me causa grande constrangimento ter minha honra e dignidade maculadas, numa situação na qual não sei do que sou acusado. Mesmo assim, gostaria de esclarecer que:

1.    Não recebi doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais.

2.    Não tenho ou tive qualquer relação com a empresa ou os seus dirigentes.

3.    Tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado", conclui o ministro.