CARNE

Exportações do Estado sofrem baixa

Dados são da consultoria INTL FCStone, via Secretaria de Comércio Exterior

por GazetaMT

10 de Julho de 2018, 16h20

Exportações do Estado sofrem baixa
Exportações do Estado sofrem baixa

As exportações mato-grossenses de carne bovina registraram seu pior desempenho financeiro durante o mês de junho desde 2004, conforme dados apurados pela consultoria INTL FCStone, via Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).

Como detalha a consultoria, as exportações de carne bovina do Estado recuaram 57,7% em junho no comparativo anual, totalizando 9,41 mil toneladas contra 22,23 mil toneladas no mesmo mês de 2017. Os carregamentos estaduais foram os menores desde fevereiro de 2012 e o menor volume para o mês desde 2004. Em termos monetários, as exportações totalizaram US$ 39,73 milhões no mês, recuando cerca de 60% contra junho do ano passado.

No país, os embarques totalizaram apenas 54,39 milhões de toneladas embarcadas. A incerteza e instabilidade gerada no setor logístico brasileiro, tanto pela greve dos caminhoneiros quanto pela falta de resolução sobre a fixação de preços mínimos de frete, foram os principais fatores que afetaram negativamente as exportações. "Em termos monetários, as exportações totalizaram US$ 278,81 milhões, sinalizando um recuo de 33,5% no comparativo com o ano imediatamente anterior, e o menor valor para o mês desde 2007", reportou a consultoria.

O volume carregado recuou 45,4% no comparativo anual, quando foram exportadas aproximadamente 100 milhões de carne in natura, representando o menor valor para o mês de junho desde 2003.

"A contração observada nas exportações decorre principalmente das dificuldades de recomposição da produção enfrentadas pelo setor desde a greve dos caminhoneiros entre o final de maio e início do último mês. A paralisação, em primeiro momento, afetou o fluxo de saída das carnes das câmaras frias dos frigoríficos para os portos, para então dificultar o transporte de animais para o abate, levando o setor a um período de estagnação da produção, diminuindo a oferta no mercado interno", explicou a INTL FCStone, em relatório.

Destaca-se que os acertos ainda pendentes sobre a tabela de fretes também favoreceram uma menor oferta para a nutrição pecuária, que já sofre impactos da elevação dos preços do milho, estes em um patamar 20,5% acima da média dos últimos anos devido ao contexto de quebra da safrinha no Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná.

O setor exportador brasileiro ainda aguarda uma retomada das compras de carne bovina in natura por parte da Rússia, que já foi a principal importadora da produção nacional, que se encontra com a aquisição de carne embargada desde o final de 2017.