CUIABÁ

MPE esclarece que não determinou cancelamento do projeto Peixe Santo

por GazetaMT

17 de Abril de 2019, 12h43

MPE esclarece que não determinou cancelamento do projeto Peixe Santo
MPE esclarece que não determinou cancelamento do projeto Peixe Santo

A  Prefeitura de Cuiabá comunicou que o projeto "Peixe Santo"  foi cancelado por recomendação do Ministério Público. No entanto, a 6ª Promotoria de Justiça Cível informa que não recomendou a suspensão da 28ª edição do projeto, mas exigiu que fossem observadas todas as normas sanitárias sobre a procedência, a qualidade, o transporte a armazenamento do pescado comercializado à população.

No ano passado, a administração municipal assumiu expressamente o compromisso de que adotaria as providências necessárias para corrigir as falhas sanitárias detectadas no comércio de pescado durante a Semana Santa, contudo,  como essas garantias não foram apresentadas, o próprio gestor cancelou a realização do projeto.

O Ministério Público explica que desde 2016 acompanha o projeto. Na ocasião, a prefeitura interrompeu a iniciativa em razão das inconformidades sanitárias identificadas relacionadas ao controle de produção, abate, conservação, transporte, exposição a venda e comercialização do pescado.

No ano seguinte, em 2017, o município assumiu o compromisso de observar os protocolos de segurança alimentar, mas a situação continuou irregular. Em 09 de março de 2018, durante audiência de autocomposição, na Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa da Cidadania e do Consumidor , o município apresentou ao Ministério Público um modelo de Termo de Responsabilidade para ser aplicado a partir de 2019.

No documento constava a obrigação dos produtores em comercializar pescado fresco em perfeito estado de consumo e provido de estabelecimento que possua registro de Inspeção Federal, Estadual ou municipal. Terminado o prazo, mais uma vez o município não ofereceu as garantias de que a obrigação será cumprida.

Ao contrário, informações repassadas ao Ministério Público revelam que diversos produtores pretendem manter o hábito na venda do pescado sem o registro de inspeção obrigatório. Prática esta que, segundo a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, não só contraria a legislação sanitária como também oferece risco à saúde da população.

“Não se trata de informações infundadas, mas tema recorrente abertamente debatido no último fórum de desenvolvimento da cadeia produtiva da piscicultura de Mato Grosso organizado pelo Sebrae e instituições, órgãos do governo, empresários e produtores do segmento”, destacou o MPMT, em recomendação enviada ao município no dia 02 de abril.

No documento, foi recomendado à Diretoria de Vigilância em Saúde a formação de equipes técnicas, em número suficiente para acompanhar, inspecionar e fiscalizar todos os pontos autorizados para o comércio de pescado no período de vigência da 28ª Edição do Projeto Peixe Santo. Entre os pontos a serem observados estão as condições higiênicos-sanitárias em todos os pontos de comércio e a exigência da apresentação do certificado de registro de inspeção do pescado comercializado.

Recomendação enviada à Secretaria Municipal de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico sugere que, em sendo constatada efetivo descumprimento da exigência legal, que seja avaliado a interrupção definitiva das próximas edições do Programa Peixe Santo. “É inadmissível o gestor público subsidiar e manter um projeto que venha, direta ou indiretamente, colocar em risco a segurança alimentar da população”, sustentou o MPMT.