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Rondonopolitano entra na era da fiscalização do trânsito, nesta segunda(3)

“O trânsito em Rondonópolis se tornou um caos”, diz Carlos Eduardo, Coordenador médico do Samu

por EMERSON DOURADO

31 de Outubro de 2014, 17h15

Rondonopolitano entra na era da fiscalização do trânsito, nesta segunda(3)
Rondonopolitano entra na era da fiscalização do trânsito, nesta segunda(3)

 

A partir do dia 3 de novembro, ao se dirigir para o trabalho, levar as crianças na escola ou apenas transitar pelas principais vias de Rondonópolis, os motoristas ou motociclistas iniciarão um novo momento do trânsito local. Neste dia, a fiscalização eletrônica começará a funcionar, uma medida que afetará no comportamento dos cidadãos e suas rotinas diárias, como por exemplo, sair para o trabalho em cima do horário.

O sistema inicialmente contará com 12 radares fixos, 8 avanços semafóricos,  8 lombadas eletrônicas, além de um conjunto de equipamentos móveis que também  dará mobilidade a fiscalização. No período de testes, alguns dados demostraram o desrespeito à legislação, principalmente no quesito excesso de velocidade, em algumas vias foram registradas médias superiores a 100 quilômetros por hora. Um fato que chamou atenção na confecção do relatório, no dia 17 de agosto, dois veículos foram flagrados como velocidades de 140 e 199 quilômetros por hora, o que indicaria a prática de racha.  

GUERRA NO TRÂNSITO

Nos primeiros cinco meses, segundo levantamento estatístico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Coordenador médico do SAMU, Carlos Eduardo fala sobre o dia a dia de atendimento - Foto: Luan Dourado - GazetaMTSAMU, entre os meses de janeiro e maio foram registrados 934 atendimentos a vitimas de acidentes que envolviam motos. Segundo o Coordenador Médico do SAMU, Carlos Eduardo, o trânsito de Rondonópolis pode ser considerado um caos em relação a outras cidades do mesmo porte, principalmente, o latente desrespeito as Leis de Trânsito por parte dos motociclistas. “Em Rondonópolis ocorre um absurdo que é muito difícil de registrar em outras cidades brasileiras, os acidentes envolvendo motos versus motos, com múltiplas vitimas o que nos obriga deslocar para o local do acidente duas viaturas, isso porque temos até quatro pessoas em uma só motocicleta”, comentou Carlos Eduardo.

Para ele, a conscientização dos condutores é a principal chave para diminuir as infrações e acidentes na cidade. Com a aplicação das multas e penas que o código de trânsito prevê com foco nos condutores de motocicletas, que na visão do profissional abusam da facilidade de locomoção de seus veículos e da velocidade. “Uma boa parte dos  motociclistas não respeita os sinais de trânsito e semáforos , assim ocasionando os acidentes na maioria graves”, relatou o médico que destacou ainda que em dias normais de atendimento do Samu, os acidentes envolvendo motos chegam a 70% do total das ocorrências diária.

O Coordenador médico do Samu destaca que ainda é cedo para uma avaliação, se a fiscalização eletrônica ajudará a diminuir o índice de acidentes. “Com nosso software de gerenciamento de ocorrências poderemos fazer um relatório dos primeiros três meses e de posse destes dados podemos fazer uma avaliação mais precisa, mas a conscientização é fundamental, mesmo passando a refletir no bolso dos motoristas”, finalizou.

EDUCAÇÃO

A harmonia no trânsito passa pela concientização e educação, disse agente Foto: GazetaMT Para a Agente, Maria Izabel Cruvinel Martins, responsável pelo Núcleo de Educação para o Trânsito, para se chegar a uma condição de harmonia no trânsito da cidade é necessária uma mudança no comportamento das pessoas. Com 12 anos de experiência na área de fiscalização e educação no trânsito. “Houve uma evolução neste período, mas ainda temos muitos condutores que precisam sensibilizar a respeito da legislação, pois o trânsito faz parte de nossas vidas, nos leva até o trabalho, a educação e lazer”, disse.

Sobre o perfil de infrações cometidas pelos motoristas, a agente relata que é difícil de apontar uma especifica como mais frequente. “Se fosse para destacar alguma infração, poderíamos apontar o não uso do cinto de segurança e falar ao telefone celular dirigindo e estas são as mais corriqueiras”, apontou Maria Izabel.