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Panamá apresenta queixa contra envolvidos com corrupção no caso Odebrecht

Em dezembro, o grupo brasileiro reconheceu a prática de suborno na América Latina

por GazetaMT

20 de Fevereiro de 2017, 15h25

Panamá apresenta queixa contra envolvidos com corrupção no caso Odebrecht
Panamá apresenta queixa contra envolvidos com corrupção no caso Odebrecht

O Governo do Panamá apresentou nesta segunda-feira (20) uma queixa penal no Ministério Público contra as empresas que venham a ser considerados responsáveis por crimes investigados no caso Odebrecht.

A queixa foi apresentada por Alexis Bethancourt, ministro da Segurança Pública designado representante do Estado no processo movido pelo Ministério Público contra a empresa brasileira Odebrecht.

A denúncia é contra crimes "contra a ordem econômica e a administração pública e contra qualquer outro delito que resulte da investigação".

Segundo a agência Efe, o governo do presidente Juan Carlos Varela tinha anunciado no último dia 28 de dezembro que apresentaria a denúncia contra a construtora brasileira, para reivindicar fundos públicos que podem ter sido usurpados.

"Temos uma denúncia, não especificamente contra uma empresa. É uma denúncia que fazemos contra as pessoas naturais e jurídicas que tenham cometido uma lesão contra o Estado", disse Bethancourt a jornalistas. "Temos que ser abrangentes e ver o que resulta da investigação", acrescentou.

Suborno na América Latina

A Odebrecht carrega uma dívida cada vez maior desde que seu envolvimento nos crimes apurados na operação Lava Jato veio à tona. Em dezembro, o grupo brasileiro reconheceu a prática de suborno na América Latina.

Relatório divulgado em dezembro pelo Departamento de Justiça dos EUA indicou que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em proprina em mais de 100 projetos, em 12 países da América Latina e da África. Desde então, a empresa está proibida de obter contratos públicos em pelo menos três países (Panamá, Peru e Equador).

A empresa assinou acordos judiciais com os governos do Brasil, dos EUA e da Suíça para pagar multas que somam US$ 2,047 bilhões, e busca fazer o mesmo com outros países onde houve pagamento de propina.

US$ 59 milhões em propina

A Odebrecht se comprometeu a pagar US$ 59 milhões ao Panamá como garantia enquanto seus casos de subornos são investigados no país. A quantia é a mesma que o governo dos Estados Unidos estabeleceu que a empresa brasileira destinou a pagamentos de propina no Panamá.

Além do Panamá, a empresa aceitou pagar US$ 8,9 milhões em um acordo preliminar com o Peru. Mesmo assim, a construtora perdeu uma concessão de US$ 7 bilhões por falta de crédito no país e o presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou ontem que a Odebrecht terá que vender seus projetos no país.