DESCUMPRIU MEDIDA PROTETIVA
Justiça mantém prisão e jornalista acusado de assédio sexual é encaminhado ao Presídio Carumbé
Leonardo Heitor passou por audiência de custódia na tarde de segunda-feira (25), no Fórum de Cuiabá.
26 de Novembro de 2019, 08h24
A Justiça de Mato Grosso manteve a prisão preventiva do jornalista Leonardo Heitor Miranda Araújo, 38 anos acusado pelos crimes de assédio sexual e estupro, preso na manhã de segunda-feira (25) no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.
O mandado de prisão foi expedido pela 1ª Vara da Violência Doméstica e Familiar de Cuiabá, após ele ser denunciado por descumprir concedida a uma mulher que o acusa de estupro.
A prisão do jornalista foi mantida durante audiência de custódia, realizada no Fórum de Capital.
De acordo com a denúncia, Leonardo é acusado de ir ao mesmo prédio em que a vítima trabalha, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (do CPA), quebrando a ordem judicial de manter uma distância mínima da vítima.
Após a prisão, o jornalista foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (Dedm) comandada pela delegada Nubya Beatriz Gomes dos Reis, onde prestou esclarecimentos sobre o caso.
Em seguida, ele deu uma entrevista ao site Leia Agora, onde negou que soubesse que a vítima trabalhava no edifício.
“Eu fui consultar dois advogados, um na área cível e outro criminal, um fica no 14º e o outro não lembro. Sinceramente eu não sabia, porque na medida protetiva estava só o endereço residencial. Se eu soubesse que a vítima trabalhasse naquele local, não teria ido”, afirmou.
“No meu entendimento, eu não descumpri medida nenhuma. Até pelo que foi me passado a (diz o nome da vítima) sequer estava no site, ou seja, como posso ter descumprido uma medida protetiva contra uma pessoa que sequer estava no local?”, completou.
O jornalista ainda afirmou em entrevista que é inocente e que irá provar isso na Justiça.
“Eu apresentei provas de que as acusações que ela fez foram infundadas. E [sobre] a acusação de estupro, eu apresentei uma ligação alertando que ela queria se vingar de mim antes de toda essa história. Isso foi apresentado aqui, assim como outras provas, de que a única vez que tive alguma coisa com ela foi com total consentimento. E não vejo como veracidade tudo isso que ela está falando. Vou provar na justiça”.
Denunciado por colegas
Em outubro deste ano um grupo de mulheres foi à sede da DEDM registrar boletim de ocorrência de assédio, estupro e importunação por parte de Leonardo.
O caso veio à tona após as vítimas tomarem conhecimento sobre outro grupo de mulheres, que teriam denunciado o jornalista na cidade de Vitória (ES), onde chegou a morar, pelo mesmo “modus operandi”.
Conforme as vítimas, Leonardo utilizava chips de Brasília e São Paulo, e enviava fotos e vídeos pornográficos para as colegas. As vítimas alegam que chegaram a bloquear o número do “fake”, no entanto, o jornalista retornava com outro número e voltava a perturbá-las.
Sobre essas alegações, Leonardo afirmou em entrevista que não tem mais esses números.
“[Sobre] essa história do número de Brasília, eu não uso esse número já há três anos. Esse número está cancelado desde maio do ano passado. Eu tenho a minha consciência limpa. Eu fiquei de conversa com algumas colegas, colegas que deram abertura, inclusive. Vou provar, apresentei a documentação de tudo. Tudo que eu entendo que comprova o que eu fiz e o que eu não fiz”, afirmou.