EM BRASÍLIA

Taques deverá participar de encontro com Temer um dia após decisão nacional do PSDB

Partido decidiu por ficar a base aliada. Encontro discutirá renegociação das dívidas estaduais

por Robson Morais

13 de Junho de 2017, 07h57

Taques deverá participar de encontro com Temer um dia após decisão nacional do PSDB
Taques deverá participar de encontro com Temer um dia após decisão nacional do PSDB

O governador de Mato Grosso, Pedro Taques -PSDB, deverá se reunir nesta terça-feira, 13, em Brasília, com o presidente da República Michel Temer. A reunião se dá um dia após o PSDB, partido do tucano Taques, decidir pela permanência na base aliada do presidente, que reponde a inquérito no Supremo Tribunal Federal- STF por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à Justiça.

Foram convidados para o encontro com Temer todos os 27 governadores do Brasil, que discutirão a renegociação das dívidas dos Estados seguindo exigências firmadas pelo Governo Federal. Prevê a atual composição o congelamentos dos gastos públicos dos Estados e teto de investimentos pelos próximos 20 anos, bem como suspensão de reajuste salarial e benefícios pagos a servidores públicos, como o Reajuste Geral Anual -RGA. Em troca, Temer e seu Governo prometem a suspensão do pagamento das dívidas estaduais com a União.

Além de apoiar os governos estaduais, o Planalto já prometeu às prefeituras um linha de créditos de cerca de R$ 5 bilhões, por meio da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, para os municípios tocarem projetos de concessões em infraestrutura - como pavimentação, iluminação pública e construção de aterros sanitários.

Blindagem

Apesar de a pauta do encontro ser o alívio fiscal para os estados e a nova linha de crédito, o Planalto articula o jantar como uma forma de buscar apoio dos governados e demonstrar força política após as revelações da delação da JBS e da abertura de um inquérito para investigar Temer no STF. A reunião ocorre depois do julgamento do Tribunal de não cassar a chapa Dilma-Temer.

Ainda que tenha obtido vitória, o governo Temer segue desgastado, a começar, principalmente, pela figura do próprio chefe. Ante a debandada de partidos que o apoiaram nos tempos de impeachment, o presidente segue investido nas costuras, com direitos a novos acordos junto às sigla que se mantiveram aliadas.

PSDB

O presidente nacional interino do PSDB,  senador Tasso Jereissati (CE), disse na noite de ontem, 12, que o partido segue na base de apoio ao governo Michel Temer, mas que serão feitas avaliações diárias dos cenários políticos.

"Vamos avaliar diariamente. Todos os dias têm surgido fatos novos e vamos estar atentos", disse o senador ao final da reunião da executiva nacional, que durou mais de seis horas.

Segundo Jereissati, não houve deliberação do partido sobre a permanência no governo, mas a maioria da legenda entende que um eventual desembarque agora iria prejudicar as reformas. "O partido está unido, mas tem divergências. O partido não tem dono, nem é autoritário. Quem é mais velho lembra que ja tivemos crise e no momento exato seguiremos unidos", disse.