Como já era de se esperar, o deputado Aécio Neves, aquele dos áudios pedindo propina para o empresário Joesley Batista, um dos donos da Friboi, e ameaçando matar quem o delatasse, aquele que recebeu R$ 2 milhões do empresário, que foram presos em seu apartamento no Rio de Janeiro, safou-se da expulsão de seu partido, o PSDB.

Para quem ainda não conseguiu identificar, ele é aquele ex-candidato a presidente, que quase ganhou a eleição em 2014, que se dizia combatente da corrupção e que criticava duramente os adversários por supostamente fazerem aquilo que ele foi pego fazendo. Ele é aquele ex-senador que mora à beira da praia no RJ mas tem domicílio eleitoral em Minas Gerais, terra que o elege em memória ao seu avô Tancredo Neves.

Pois não é que mesmo com grandes nomes do neotucanato pedindo a expulsão de Aécio, o que daria um novo fôlego ao PSDB, dando-lhe uma nova roupagem e uma difusa imagem de partido que pratica o discurso anti-corrupção tão na moda nos dias de hoje, conseguiu se safar e segue firme no tucanato, podendo inclusive vir a assumir postos de destaque no partido que já presidiu e quem sabe até se lançar novamente à presidência da República.

Caso fosse expulso, o PSDB poderia requerer o mandato de Aécio, que seria então lançado ao ostracismo político e quem sabe até ser preso por seus crimes, mas isso é uma possibilidade bem remota, pequena, que só os mais românticos levam em consideração. Mas a expulsão seria um baque para o tucano, que poderia até tirá-lo da vida política.

Mas como já era esperado, isso não aconteceu, e não acontecerá no futuro. Isso porque o PSDB é casa de Aécio, é sua cara, sua imagem fiel e é onde ele deve permanecer. Os descontentes que se mudem...