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Sobram imóveis no centro e 353 empresas fecharam as portas

Setores do vestuário e acessórios são os que mais sofrem

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27 de Março de 2017, 06h45

Sobram imóveis no centro e 353 empresas fecharam as portas
Sobram imóveis no centro e 353 empresas fecharam as portas

A Junta Comercial do Estado de Mato Grosso- Jucemat apresentou em números a oscilação do setor empresarial em Rondonópolis. Segundo a instituição que mantém os números atualizados de toda a movimentação de abertura e fechamento de empresas comerciais, o saldo de 2016 é o mais negativo dos últimos cinco anos.

Em 2012 das 797 empresas abertas, 155 fecharam antes de completar um ano de atividade; em 2013 foram 705 abertas para 215 fechadas; 2014 -  813 novas empresas e 244 fecharam as portas; 2015 das 710 que abriram 283 encerraram as atividades. O ano passado - 2016, foi atípico, quase 50% das empresas que abriram não se mantiveram no mercado - 767 novas para 353 fechadas, o maior índice.

Hoje Rondonópolis tem um total de 20.143 empresas ativas, entre industriais e comerciais (MEIs, Micro, Pequenas e outras). A Junta Comercial mantém uma sala de atendimento aos empresários, na sede da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis - Acir.

Outro sinal mais visível de que a economia balança em um período de crise e sem muitas perspectivas, é a grande quantidade de imóveis comerciais na área central da cidade com as portas fechadas e ofertadas para aluguel ou mesmo venda. Quanto a isso o presidente da Acir, Juarez Orsolin, afirma que este é realmente o reflexo da crise e da insegurança criada no setor. Se a economia vai mal, os empresários, principalmente os mais novos no ramo, se apavoram e fecham as portas.Juarez Orsolin acredita que em tempos de crise os empresários devam se fortalecer. Foto: assessoria Acir

"As empresas que iniciaram suas atividades nestes últimos anos, como pode ser observado nos dados da Junta Comercial de MT, e de cara se depararam com um ambiente adverso, muitas nem conseguiram se manter no mercado. Além de outras que estavam no mercado há mais tempo, mas que não se prepararam para os momentos de crise. E na economia de mercado é natural todos os setores passarem por períodos mais favoráveis ou outros menos favoráveis.  Portanto, as empresas que não se preparam para enfrentar e atravessar estes períodos muitas vezes sucumbem, além das que entram em recuperação judicial", disse o presidente da Acir.

Juarez Orsolin considera ainda que essa retração afeta também as instituições de classe, como é o caso da Acir.  "Em 2016 houve também uma redução no número de associados ativos.  Porque no desespero de ter que reduzir custos muitos gestores saem cortando tudo, inclusive aquilo que é estratégico para a sobrevivência das empresas, como é a questão da organização de classe.  Muitas não entendem a importância de pertencer a um sistema social organizado".

Além de que, muitas vezes por não saber o que é prioritário, que mais impacta na geração de receita e na redução de custos, o empresário deixa de investir em marketing, nas pessoas, no negócio de modo geral e acaba encolhendo também.  Esse é o padrão de comportamento das empresas em momentos de crise, isto é, seguir o modelo tradicional.  "Penso que a saída esteja exatamente em uma atitude contrária a essa.  Ou seja, no momento em que meus concorrentes estão deixando de investir é que devo me diferenciar, fazendo o contrário, para que na medida que o mercado volte a ser favorável eu esteja mais preparado", recomenda Orsolin.