ESTADO

Sema convida Exército para integrar plano de combate ao desmatamento ilegal

Governador Pedro Taques assumiu o compromisso de zerar o desmate ilegal no estado durante a Conferência do Clima de Paris

por GazetaMT

19 de Outubro de 2017, 15h12

Sema convida Exército para integrar plano de combate ao desmatamento ilegal
Sema convida Exército para integrar plano de combate ao desmatamento ilegal

Com a finalidade de unir forças para zerar o desmatamento ilegal em Mato Grosso, o vice-governador e secretário de Meio Ambiente, Carlos Fávaro, e o secretário executivo da pasta, André Baby, se reuniram com o general da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, Fernando Dias Herzer, nesta quarta-feira (18), em Cuiabá.

Fávaro explicou que, em 2015, o governador Pedro Taques assumiu o compromisso de zerar o desmate ilegal no estado durante a Conferência do Clima de Paris (COP 21) e, que para isso, é necessária a realização de parcerias para atingir essa meta bastante ousada.

"Tivemos a iniciativa de buscar o apoio do Exército para propor um termo de cooperação técnica operacional, buscando toda a expertise e eficiência que possuem em segurança, logística e pessoal. Levando em consideração a oportunidade que teremos na COP 23, que ocorrerá na Alemanha, com a assinatura do termo de compromisso com o Banco Alemão KFW referente ao repasse de 17 milhões de euros. Parte desse recurso será destinado a ações de apoio e fortalecimento institucional, de comando e controle ao combate de desmatamento", destacou.

O vice-governador ressaltou, ainda, que é preciso que a sociedade e outros órgãos também participem desse enfrentamento. "Isso não se dará somente por força e vontade do governo do estado, é necessário que a sociedade esteja envolvida, além das organizações, inclusive, internacionais e com recursos, como a exemplo da KFW. E a Sema vislumbrou a importância de contar com o Exército brasileiro para somar nessa parceria".

O general Herzer se mostrou interessado no trabalho de cooperação e, após a oficialização do projeto pela Sema, fará os devidos encaminhamentos para o Comando Militar do Oeste e, posteriormente, ao Comando de Operações Terrestre (Coter), órgão hierarquicamente responsável.

17 milhões de euros

Esse recurso é oriundo da assinatura de uma 'ajuda memória' contendo o resultado das discussões sobre o estudo de viabilidade de implantação do Programa Global REDD EarlyMovers (REDD para Pioneiros - REM). A iniciativa é inédita e tem por objetivo promover o pagamento por resultados de 17 milhões de euros pelo bom desempenho do Estado na redução do desmatamento e da degradação ambiental pelo Banco de Desenvolvimento Alemão Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW).

A assinatura desse contrato está prevista para ocorrer durante a Conferência do Clima da ONU (COP23), que ocorrerá em novembro na Alemanha, na qual Fávaro e Baby devem participar junto com o governador do estado. "Esses recursos permitirão que possamos avançar com a nossa meta, porque para obtê-la temos que ir além das ferramentas de comando e controle, é necessário a realização de ações de desenvolvimento sustável e parcerias com as demais instituições e sociedade".

Queda no desmatamento 

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) está atuando de forma intensiva para a redução do desmatamento ilegal. Prova disso são os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nesta terça-feira (17), que mostra uma redução de 16% do desmatamento ilegal na Amazônia, entre agosto de 2016 e julho de 2017.

No ano passado, os dados consolidados da Sema também foram positivos e apresentaram uma diminuição de 16%, entre 2015 e 2016. Já nos últimos 10 anos, o estado conseguiu reduzir cerca de 80%. A média de desmatamento que era de 5.714 km², entre 2001 e 2010, caiu para 1.216,66 km² em 2016.

Desde 2006, a redução do desmatamento em Mato Grosso já evitou que mais de dois bilhões de toneladas de CO2 fossem lançados na atmosfera, volume maior que a redução de qualquer estado da Amazônia para o período, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e, inclusive, maior que a maioria dos países que compõem o Anexo I, do Protocolo de Kyoto (1997).