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Honda anuncia chegada dos modelos CB 650F e CBR 650F

Apesar de carregar a sigla CB, ambos os modelos chegaram para conquistar um público diferente da extinta Hornet

por GazetaMT

23 de Outubro de 2014, 15h12

Honda anuncia chegada dos modelos CB 650F e CBR 650F
Honda anuncia chegada dos modelos CB 650F e CBR 650F

A Honda acaba de anunciar a chegada da CB 650F e CBR 650F ao mercado brasileiro. A convite da montadora fomos até o Autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu, SP, e tivemos a oportunidade de conhecer de perto estas novidades e tirar nossas primeiras conclusões a respeito dos modelos. E antes de tudo já adiantamos que a naked não é a nova Hornet, como muitos especularam após o seu lançamento oficial no Salão de Milão em 2013.

De acordo com o que disse Marcos Paulo Monteiro, gerente de planejamento de produto da Honda; "A Hornet nasceu uma geração à frente. Ela morreu com honra e agora sai de cena. A Nova CB 650F tem proposta bem diferente".

Apesar de carregar a sigla CB, ambos os modelos chegaram para conquistar um público diferente da extinta Hornet. Mesmo tendo um motor de maior cilindrada ela esta um pouco menos potente e compete entre os modelos de 600 cc de quatro cilindros com a faixa de entre 75 e 90 cavalos. Confira o porquê desta conclusão.

Para quem é a CB 650F e a CBR 650F?

Apesar de serem duas novidades, a naked CB 650F tem previsão de vender cerca de 80% a mais que a versão CBR 650F, por isso, vamos fazer um comparativo da naked com a antiga Hornet 600. Quando a Honda lançou a CB 600 Hornet, a única da categoria que ultrapassava os 100 cv de potência, ela acabou atingindo um número muito grande de motociclistas que desejavam uma moto nesta categoria e logo se tornou a líder de vendas no segmento. Todos os seus atributos a fizeram a "musa" das 600 cc!

Entretanto, dentro deste grande número de "horneteiros" existiam poucos que utilizavam 100% o que a moto oferecia. Tanto é que para ela atingir sua potência máxima o propulsor deveria rodar com cerca de 12.000 rpm e torque máximo a 10.500 rpm, ou seja, tinha que andar com motor em altos giros para sentir a máquina e é ai que entra na história a nova CB 650F e a CBR 650F.

Com propostas totalmente diferentes os lançamentos da Honda continuam com muita agilidade e ciclística, mas estão agora mais mansas e com respostas mais rápidas. O seu motor é novo e foi desenvolvido especialmente para estes modelos, possui 650 cm³ com potência máxima de 87 cavalos a 11.000 rpm e toque máximo de 6,4 kgfm a 8.000 rpm. Entretanto, de acordo com os engenheiros da Honda, quando o motor está com 4 mil giros ela já oferece 80% de seu torque, o que fez muita diferença andando com a moto em baixa.

Este propulsor possui um funcionamento leve e bem elástico com potência bem distribuída e suave, ao contrário da Hornet, que era muito mais agressiva. Dentro da cidade ela com certeza andará na frente se comparado com a antiga naked de 600 cc, só levando desvantagem na estrada. A partir dos 6.000 rpms do motor é possível sentir um pouco mais a nova CB 650F, quando ela começa a mostrar sua forma menos "mansa".

É uma moto para ser a primeira quatro cilindros de quem vem escalando os degraus de cilindrada. Entretanto, vai atender também aquele motociclista que já possui um modelo de mais de 100 cv de potência, porém não utiliza tudo o que a moto pode oferecer. Falamos isto, pois além desta versão ser menos potente, ela esta muito mais ágil e fácil de pilotar, ou seja, quem quiser tirar tudo o que esta moto oferece com certeza vai se divertir bastante!

Detalhes e novidades na prática

Quem carrega no nome a sigla CB deve obrigatoriamente ter atributos para fazer parte desta família, que está no mercado há décadas. No caso da A CB 650F possui conceito de desenvolvimento de cor e grafismo baseado nas motos da HRC. Ela está disponível nas cores tricolor (ABS) e preta nas versões (ABS) e (STD) - Foto Honda. Já a CBR 650F chegou com cores mais sólidas sendo a branca (ABS) e a vermelha (ABS) e (STD) - Foto Honda.

Além do belo design encorpado e atraente, as versões CB 650F e CBR 650F também estão com pilotagem muito diferenciada em relação à antiga linha de 600 cc da Honda. Ambos os modelos estão mais fáceis de pilotar e com respostas muito mais rápidas em baixas rotações, eles compartilham além do motor o mesmo chassi, agora em aço, o que fez ganhar cerca de quatro quilos, mas na pilotagem ela parece mais leve, principalmente rodando em baixa. Tudo isso porque o novo propulsor recebeu um aumento de curso nos cilindros que a fez ganhar muito mais torque em baixas e médias rotações.

O conjunto de suspensão também é novo, na dianteira possui bengalas simples sem opção de ajustes e na traseira um sistema monoshock sem link ligada a sua balança em alumínio, mas com sete regulagens. Este conjunto apesar de mais simples é bastante funcional e para estes modelos supriram bem as expectativas e desempenharam um bom papel. Não é necessário mais do que isso para este novo motor e chassi. Seu sistema de freios compostos por pinças Nissim agradou e se mostrou bastante eficiente, ele possui sistema ABS como opcional ou standard para os que gostam mais de andar nas pistas.

Sua ciclística esta bem acertada e a melhora no centro de gravidade fazem os modelos ficarem bem à vontade na mão do piloto. Na pista a sensação foi de que este conjunto de chassi e suspensão aguentaria receber até um motor mais potente, tamanha é a sua agilidade, principalmente nas respostas em curvas.

Em relação à posição de pilotagem a naked oferece maior conforto para o dia a dia devido ao posicionamento do seu guidão. As pedaleiras da CBR ficam na mesma posição, porém os semiguidões instalados na bengala dianteira deixam o piloto de forma mais inclinada e agressiva como manda os modelos esportivos. Consequentemente ela é menos confortável para o dia a dia, mas na pista é mais divertida graças as suas carenagens que garante melhor aerodinâmica.

Os dois modelos possuem em comum o painel totalmente digital. Ele é de fácil leitura e possui um belo design com informações de indicação de velocímetro, tacômetro e relógio, medidor gráfico de combustível, hodômetros parcial e total. No entanto, senti falta do indicador de marcha, item que não consta no painel das motocicletas.

Conclusão

A nova linha 650 cc da Honda deixou claro que não tem o objetivo de substituir a antiga linha 600 cc. Seu comportamento é muito diferenciado e possui uma pilotagem mais fácil e sem muitas surpresas. Seus componentes mais simples também fizeram a Honda adotar um preço mais competitivo dentro do mercado. A versão CB 650F custa R$ 28.990 (STD) e R$ 31.190 (ABS) com acréscimo de R$ 500 na versão tricolor. Já a CBR 650F tem o preço sugerido de R$ 30.690 (STD) e R$ 32.890 (ABS).

Na pista elas provaram que continuam com uma ciclística impecável, prova disso são suas pedaleiras raspando no asfalto tamanho é a facilidade de deitar os modelos. São motos com motores mais tranquilos que despejam a potência de forma linear e possui uma condução muito fácil. Elas chegam como modelos ideais para quem busca uma primeira moto de quatro cilindros que dão conforto e diversão na mesma medida, seja para pequenas viagens, uso diário ou divertidas voltas nas pistas.

Os dois modelos estarão disponíveis nas concessionárias Honda de todo o Brasil a partir do mês de novembro.

Em relação a extinta Hornet, tudo indica que a montadora irá refazer a linha e deverá relançar futuramente com um motor um pouco maior, há rumores que seja de 800 cm³.