ICMS

Estado investiga incentivos fiscais para 20 grupos econômicos

Governo recuperou R$ 253 milhões por meio de acordo com grande empresa

por GazetaMT

19 de Agosto de 2017, 08h00

Estado investiga incentivos fiscais para 20 grupos econômicos
Estado investiga incentivos fiscais para 20 grupos econômicos

O Termo de Compromisso e Ajustamento de Conduta (TAC) firmado na última quarta-feira (16) entre o Governo de Mato Grosso, o Ministério Público Estadual e a empresa Votorantim Cimento Brasil S/A é um dos desdobramentos das auditorias realizadas em 2015 pela Controladoria Geral do Estado (CGE-MT) nos processos de incentivos fiscais do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

Nos trabalhos, a CGE identificou graves irregularidades formais e materiais na concessão de incentivos fiscais pelo Governo de Mato Grosso no último quadrimestre de 2014, por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). Entre as irregularidades: ausência de estudo de impacto das renúncias de receita, falta de exigência da documentação e das certidões necessárias para o enquadramento das empresas no Prodeic, fruição de incentivos sem a devida publicação do benefício no Diário Oficial etc.

As auditorias decorreram da Ordem de Serviço nº 022/2015 e resultaram nos Relatórios nº 16/2015 e nº 134/2015. Para a análise, os auditores do Estado selecionaram processos de 20 empresas, que, juntas, somavam R$ 716 milhões em investimentos.

A partir das auditorias e consequentes recomendações da CGE, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) elaboraram planos de providências para saneamento dos processos objetos das auditorias, entre eles estava o da Votorantim.

As providências previam o levantamento do montante de ICMS que deixou de ser recolhido aos cofres públicos e a notificação das empresas para o pagamento dos débitos com a Fazenda Estadual desde o indevido enquadramento no Prodeic.

O secretário-controlador geral do Estado, Ciro Rodolpho Gonçalves, explica que nesse contexto foram iniciadas as negociações que resultaram na formalização do TAC, o qual prevê o ressarcimento de R$ 253 milhões aos cofres públicos.

"Esses trabalhos integraram o pacote de auditorias dos 100 primeiros dias da atual gestão. Desde aquela época, sabíamos que o que foi revelado demandaria trabalhos que se postergariam ao longo do tempo. Neste caso, a colheita efetiva veio dois anos depois, por meio de uma economia potencial que se tornou efetiva", destaca.

As auditorias também serviram de embasamento para a Sefaz e Sedec reorganizarem os trâmites de concessão e acompanhamento dos incentivos fiscais, mediante a implementação de controles com mais correição, segurança e produtividade.