Início da colheita

Colheita do milho começa tímida em Mato Grosso

O segmento já admite que a produtividade poderá ficar, na média estadual, inferior ao avaliado na última estimativa

por GazetaMT

23 de Maio de 2016, 10h03

Colheita do milho começa tímida em Mato Grosso
Colheita do milho começa tímida em Mato Grosso

Com muita expectativa e projeções pouco animadoras, os produtores mato-grossenses deram início nessa semana à colheita do milho segunda safra 2015/16. Conforme monitoramento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os hectares colhidos representam 0,37% dos 4,24 milhões que foram semeados com a cultura na safrinha. A colheita desde ano começou mais cedo em relação ao mesmo período do ano passado, quando as colheitadeiras foram acionadas somente na última semana se maio. Ainda conforme o histórico do Imea, a colheita do ano passado foi antecipada em relação a 2014. Mato Grosso, pelo segundo ano consecutivo, antecipa a retirada do cereal.

As regiões que retomaram a ação no campo foram a centro sul, médio norte, oeste e sudeste. Em razão da incipiência da colheita, o órgão ainda não pôde disponibilizar uma média da produtividade, já que pouco mais de 8 mil hectares foram colhidos. No ano passado, a colheita foi aberta apenas no norte, oeste e médio norte e concluída após 15 semanas de trabalho.

Conforme o analista do Imea, Ângelo Ozelame, as primeiras parciais da média de produtividade, bem como a divulgação de uma nova estimativa de produção, só serão possível com o avanço da colheita, o que deve ocorrer em meados de junho. Por enquanto de forma oficial, o Instituto trabalha com uma projeção de produtividade em 90,7 sacas por hectare (sc/ha) e produção de 23,09 milhões de toneladas (t).

Apesar dos números, o segmento já admite que a produtividade poderá ficar, na média estadual, inferior ao avaliado na última estimativa, publicada em abril. Mais uma vez o clima seco, de calor intenso e de chuvas esparsas e irregulares, ditou o ritmo de desenvolvimento das lavouras, que perderam o potencial produtivo.

A safrinha mato-grossense de milho deverá ter os menores volumes colhidos por hectare desde a temporada 2010/11, quando a tecnologia agrícola era bem inferior à atual, registrando então o pior resultado em produtividade dos últimos cinco anos. Mesmo sem números, o próprio Imea acredita que nas próximas semanas a projeção sofrerá ajuste para baixo na questão da produtividade. "Estamos estimando a pior safra (em termos de produtividade) da era da alta tecnologia", anuncia o superintendente do Imea, Daniel Latorraca. Ele se refere ao ano de 2011/12, quando os grãos transgênicos passaram a ser mais usados, colaborando para elevar a produtividade do Estado a 103,7 sacas por hectares de média naquele ano, ante 66,5 sacas em 2010/11.

A situação é tão grave que, mesmo com uma revisão para cima na estimativa de área plantada no início do mês, que ficou em 4,2 milhões de hectares (alta de 5,6% ante 2014/15), o Imea aponta atualmente uma safra de Mato Grosso 12% menor que a registrada no ciclo anterior, somando 23,1 milhões de toneladas. Isso porque a produtividade preliminarmente está estimada para ter uma queda de 16,5%na comparação anual, para 90,7 sacas de 60 kg por hectare.

O superintendente do Imea ressaltou que novos levantamentos estão sendo realizados pela equipe técnica do órgão e que em breve o resultado da safrinha poderá ser melhor dimensionada.