LAMA VERMELHA

Operação prende 21 pessoas e apreende porções de crack, maconha, pasta base e dinheiro

A ação foi concentrada em Campo Verde, e teve mandados cumpridos em Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Rondonópolis e Barra do Garças

por Rondonópolis, MT - Sirlei Alves / com assessoria PJC/MT

21 de Março de 2019, 14h05

Operação prende 21 pessoas e apreende porções de crack, maconha, pasta base e dinheiro
Operação prende 21 pessoas e apreende porções de crack, maconha, pasta base e dinheiro

A operação "Lama Vermelha", deflagrada pela Polícia Judiciária Civil, nas primeiras horas desta quinta-feira (21), desmontou uma célula de uma facção criminosa que age dentro e fora de unidades prisionais do Estado de Mato Grosso. A ação foi concentrada em Campo Verde (MT), mas teve mandados cumpridos também nas cidades de Cuiabá (MT), Chapada dos Guimarães (MT), Rondonópolis (MT) e Barra do Garças (MT).

No total, foram expedidos 54 mandados judiciais, sendo 27 prisões temporárias e 27 buscas e apreensão domiciliar. Foram apreendidos porções de crack, maconha e pasta base do grupo que monopolizava o comércio de entorpecentes em Campo Verde e regiões vizinhas. Também foram apreendidos cerca de R$ 4 mil e 170 pesos bolivianos, além de munições e outros produtos encontrados nas casas dos alvos investigados.

Duas das lideranças, Deikson Conceição de Magalhães, conhecido por DK, Paulo Witer Farias Paelo, o "WT", estão presas na Penitenciária Central do Estado. Eles eram tidos como os "conselheiros" da organização de Campo Verde, estando no topo da liderança, articulando crimes no município, juntamente com Ditinho, que teve o mandado de prisão cumprido em Rondonópolis, no Bairro Serra Dourada.

Oito criminosos já estavam presos. Alguns exerciam liderança sobre a organização criminosa de Campo Verde, determinando a arregimentação de pessoas para prática de crimes orquestrados pela liderança principal, para obtenção de lucro e expansão do domínio da facção criminosa.

Os trabalhos investigativos foram iniciados pelo delegado Joaquim Leitão Junior, em outubro de 2018, quando respondeu pela Delegacia da Polícia Civil de Campo Verde, sendo após a apuração continuada pelo delegado Mário Santiago. "A estrutura criminosa estava erradicada em Campo Verde e seus integrantes eram responsáveis por arregimentar e orquestrar crimes de homicídios, roubos, furtos, estelionatos  entre outros, na cidade de  Campo Verde e região circunvizinhas. Eles tinham uma fisiologia bem sofisticada, no sentido de obrigar seus afiliados, associados, seus integrantes a recolher uma mensalidade, intitulada de 'caixinha', no qual os pagamentos eram feitos todo o início de mês no valor de 100 reais", explicou Joaquim Leitão.

Na investigação foram identificados mais de 30 membros da organização criminosa local, que operacionaliza no município e regiões vizinhas a busca e comércio de drogas, além de veículos roubados e outros produtos oriundos de roubos e furtos. Esse grupo também teria cometido ao menos quatro homicídios, todos ocorridos em Campo Verde, com o objetivo de garantir o domínio do território com eliminação de possíveis rivais.

O delegado Mário Santiago informou que algumas equipes ainda estão em diligências, mas o saldo da operação é positivo. "A grande maioria dos suspeitos foram presos e uma boa quantidade de drogas encontrada na casa de alguns suspeitos. Essa organização criminosa monopolizou o comercio de drogas aqui na cidade e cada 'boqueiro' (dono de boca de fumo) e pequeno traficante deveria pagar uma caixinha para essa organização numa espécie de franquia. A droga também vendida na cidade era toda fornecida pela facção criminosa", detalhou