“MALANDRAMENTE”...
Renan Calheiros quer impor pacotão para escapar da Lava Jato
19 de Outubro de 2016, 14h28
Com o retorno da tônica reforma política ao Plenário do Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), tratou de arquitetar um pacotão em benefício próprio e de demais parlamentares investigados pela operação Lava Jato. Aceitou votar a proposta assinada ainda pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sob a condição de puxar brasa para sua sardinha, como se diz.
Explica-se: propôs (ou impôs?) que junto à reforma seja votado também o projeto que pune o que considera abuso de autoridade por parte de agentes anticorrupção, além de outras medidas também relacionadas ao assunto. Renan disse que a Câmara e o Senado deveriam fazer um acordo para mexer nesses três pontos. A previsão é de votação ainda em 2016.
Na prática, busca Calheiros regulamentar censura a procuradores, investigadores e demais interessados em dar sequência aos trabalhos de operações como a Lava Jato. Na brecha da Lei, escapa o presidente das pressões que vem sofrendo desde que se tornou alvo.
Estratégia malandra a do presidente. Até recentemente, não considerava abuso as medidas adotadas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Não se queixava do juiz Sergio Moro e suas decisões. A exemplo, condução coercitiva e barganha em delação premiada.
Mas agora o cenário mudou. Vão-se os petistas, ficam os demais a serem devidamente investigados. Entre eles Renan Calheiros. É como diz o dito: quando a água bate, o melhor é correr...
EM TEMPO: Calheiros nomeou como relator do projeto sobre o abuso de autoridade outro peemedebista: Romero Jucá, também investigado pela Operação Lava Jato. Este chegou a ser nomeado ministro no governo Temer, mas caiu quando, assim como Calheiros, se tornou alvo.
EM TEMPO 2: O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso nesta quarta-feira (19) em Brasília. A prisão foi determinada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato na primeira instância da Justiça em Curitiba, após pedido do Ministério Público Federal (MPF). O pedido é de previsão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
Cunha foi preso no início da tarde e embarcou para Curitiba por volta das 15h. Ele está sendo levado em um jato Embraer 145. A previsão é de chegar à capital paranaense às 16h30m.