MANHÃ TENSA

Tumulto e agressão marcam agenda política de Jair Bolsonaro em Rondonópolis

Manifestantes entraram em confronto tendo como pivô o deputado. Parlamentar falou ao GazetaMT sobre processo no Conselho de Ética

por Renata Ramos e Robson Morais

01 de Julho de 2016, 11h20

Tumulto e agressão marcam agenda política de Jair Bolsonaro em Rondonópolis
Tumulto e agressão marcam agenda política de Jair Bolsonaro em Rondonópolis

Foto: Luan Dourado/GazetaMT

Foi tudo o que se esperava a visita do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a Rondonópolis. O parlamentar segue cumprindo agenda política no Estado junto às lideranças locais do partido e mais uma vez atuou como o pivô de confronto entre manifestantes contra e pró seu nome.  A visita ocorreu na sede da Urambi, região central, manhã desta sexta-feira (1).

Polêmico e midiático, Bolsonaro chegou de van e atendeu à reação empolgada dos pró, de costas para os contra. Gritos de "mito" e "presidente" vindos de cerca de 150 manifestantes que vestiam camisetas pedindo que o deputado viesse a presidente em 2018. Bolsonaro correspondeu com gestos, sorrisos, fotos, ironia e a afirmação de que é justamente este seu projeto político. Foto: Luan Dourado/GazetaMT

Ao redor do veículo e atrás da barreira improvisada por seguranças, militantes dos movimentos sociais contrários a Jair Bolsonaro respondiam com cartazes e gritos de protesto, ainda que em evidente minoria. "Fascista" era o principal adjetivo, mas não só ele. O clima tenso que antecipava a chegada do deputado esquentou.

Tumulto

Bolsonaro desceu da van e seguiu para a entrada lateral da Urambi numa manobra quase discreta, desta vez acompanhado por um número reduzido de manifestantes. Enquanto chegava à mesa arrumada pela e para as lideranças do PSC, na entrada principal começou o tumulto.

Foto: Luan Dourado/GazetaMTManifestantes pró Bolsonaro conseguiram entrar apertados passando pela escolta de seguranças e Polícia Militar. Os contrários ao deputado também tentaram. Em meio a troca de insultos, os dois lados acabaram em agressão física, seguida por parte dos demais de ambos os lados. A confusão foi contida pela Polícia Militar, mas principalmente pelos próprios envolvidos.

Entrevista

Jair Bolsonaro seguiu em direção à mesa e atendeu a equipe de reportagem do GazetaMT. Falou sobre o Conselho de Ética da Câmara que o tornou réu sob a acusação de apologia à tortura cometida durante a votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). O processo pode culminar na perda de seu mandato por quebra de decoro, e à reportagem o deputado respondeu: "se eu tiver qualquer punição... o instituto da imunidade parlamentar estará descaracterizado. Eu tenho o direito constitucional de emitir qualquer opinião de acordo com esta imunidade", disse. E completou o raciocínio quanto ao critério que o tem como alvo.  "Quem estiver, por ventura, elogiando Dilma Rousseff também tem que ser processado por apologia ao terrorismo. Ela é uma terrorista". Foto: Luan Dourado/GazetaMT

Em resposta às manifestações, Bolsonaro se disse tranquilo e chamou os grupos. "O político tem que star preparado pra tudo. Queria que o pessoal que estava gritando viesse aqui falar comigo e expor as ideias. Da minhas parte não tem problema nenhum".

Mais tumulto

Ainda dentro do espaço, mulheres em manifestação contra Bolsonaro foram acuadas. Os pró deputado envolvidos na agressão física momentos antes se disseram agredidos e foram respondidos. "Não nos deixaram entrar. (Lá fora) foi homem agredindo mulher, e nem mesmo a polícia fez nada", disse uma entrevistada. 

Foto: Luan Dourado/GazetaMT