MATANDO A CRISE

Safra promete ser o caminho da recuperação da economia brasileira

Recuperação, produção, recapitalização, investimentos e geração de emprego

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13 de Janeiro de 2017, 16h37

Safra promete ser o caminho da recuperação da economia brasileira
Safra promete ser o caminho da recuperação da economia brasileira

  

A agricultura, mais uma vez, está na liderança dos setores que podem alavancar a economia nacional. Historicamente é na agricultura que o Brasil se apoia, principalmente em épocas de crise, assim como foi na década de 1980 e no reflexo do plano Real. Foi o setor responsável pela recuperação econômica do país.

Hoje, com a perspectiva de colher a maior safra dos últimos anos, cerca de 200 milhões de toneladas de grãos, o país se prepara para uma nova fase, tanto econômica quanto de geração de empregos diretos e indiretos.

Colheita da soja aponta recorde nesta safraEm Mato Grosso, a safra 2016/17 está se revelando como um grande presente para os empresários agrícolas. "Acreditamos que, mais uma vez, teremos a oportunidade de 'bancar' a recuperação da economia nacional", diz Eduardo Tomczyk, delegado da Associação dos produtores de Soja - Aprosoja, em Rondonópolis.

O empresário afirma que ainda falta muito crédito ao setor. "Em todos os sentidos a categoria sofre com entraves que acabam dificultando a expansão do setor. Considerando que em Mato Grosso utilizamos pouco mais de 8% da área do Estado com agricultura, a nossa super safra deste ano é apenas uma amostra do que poderíamos ser se tivéssemos mais atenção", explica Eduardo.

Eduardo Tomczyk acredita na agricultura como a saída para a crise brasileira. Foto: Luan Dourado/ GazetaMTO que o setor reclama é investimentos em estrutura, principalmente de escoamento da safra. "O Norte do Estado é um grande potencial. É lá que temos hoje as terras mais produtivas a espera de estradas, pontes e um pouco de crédito. Com o que plantamos hoje vamos chegar perto de 18 milhões de toneladas de grãos este ano, com isso seremos o caminho para captação de dólares com a ampliação do acesso às divisas internacionais e, consequentemente, impulsionando a economia", argumenta o delegado da Aprosoja.  

Eduardo acrescenta ainda que o campo pode trazer boas-novas num curto prazo. "Temos a incorporação de áreas que antes se pensavam inapropriadas para a agricultura, como as regiões de Poconé, Cáceres, Pontes e Lacerda e Araputanga. Novas tecnologias como o etanol de milho e o biodiesel prometem também dinamizar o setor da agroindústria, grande gerador de empregos.

Vale lembrar que o Brasil tem atualmente a mais rigorosa barreira de proteção ambiental que qualquer outro país produtor de alimentos. Enquanto aqui a lei diz que a propriedade rural deve manter de 35% até 80% da área como reserva legal, muitos países exigem em torno de 10% e muitos sequer contam com a reserva ambiental. "Este é mais um entrave, mas que pode ser bem administrado em regiões onde as propriedades rurais são grandes. O Centro Oeste não tem necessidade de desmatar, abrir novas áreas. Bastaria oferecer estrutura de logística e nossa produção praticamente dobraria ocupando áreas subutilizadas, na pecuária de baixo rendimento", afirma Eduardo Tomczyk.

GERAÇÃO DE EMPREGO

Enquanto a expectativa é de crescimento no número de desempregados no país, que bateu a casa dos 12 milhões, hoje a agricultura abre portas. É o setor que mais vagas oferece e que traz mão de obra de vários Estados para Mato Grosso. Além disso, deve movimentar outros setores, já que a super safra, paralelamente, aquece a indústria de insumos, máquinas e implementos, comércio em geral e serviços.