MAUS-TRATOS
Bebê com agulhas no corpo recebe alta médica, confirma Santa Casa
Boletim oficial é aguardado. Criança segue sob cuidados de responsável pela guarda
16 de Fevereiro de 2017, 08h46
Via assessoria, a Santa Casa Hospital e Maternidade de Rondonópolis confirmou a alta médica da bebê de três meses vítima de um suposto ritual religioso ocorrido na cidade de São Pedro da Cipa em 14 de dezembro do último ano. A criança teve quatro agulhas introduzidas pelo corpo.
A criança seguia, desde a data do crime, internada na Unidade de Terapia Intensiva da unidade hospitalar. Das quatro agulhas, uma não havia sido retirada por estar alojada na cabeça do bebê. Médicos que acompanham o caso conseguiram retirar o restante.
Ainda como informado pela Santa Casa, a criança segue sob os cuidados dos responsáveis pela guarda. O boletim médico oficial segue aguardado.
O caso
O Conselho Tutelar recebeu denúncia da equipe médica do Hospital Municipal de Jaciara, a 148 km de Cuiabá, sobre suspeita de maus-tratos contra uma menina que deu entrada na unidade. O bebê chorava muito e apresentando hematomas no couro cabeludo. No relatório médico da paciente constava ainda que, duas semanas antes, a vítima já havia estado no mesmo hospital apresentando cortes nos pés.
O bebê de três meses teve as agulhas inseridas na região do tórax e na cabeça. De acordo com o delegado que investiga o caso, Marcelo Melo de Laet, todos os suspeitos negaram participação no suposto ritual.
Quatro pessoas foram presas de forma temporária (30 dias) e uma foi apreendida por envolvimento no crime: Iraci Queiroz dos Santos, de 42 anos, conhecida como Baiana, que teria conduzido o ritual; Débora Queiroz dos Santos, grávida de oito meses e filha de Iraci; Ricardo César dos Santos, genro de Iraci; Wellinton de Jesus Costa, de 28 anos, pai da menina; e a mãe da vítima, que tem 17 anos.
A menor de idade vai responder a ato infracional análogo a tentativa de homicídio e foi encaminhada ao Complexo do Pomeri, em Cuiabá. O pai da bebê, Wellinton, é suspeito de ter recebido R$ 250 para submeter a filha ao ritual. Ele deve ser encaminhado para a Cadeia Pública de Jaciara, a 148 km da capital.