MEIO AMBIENTE

Inquérito sobre óleo no Nordeste ainda é inconclusivo, diz ministro da Defesa

por G1

11 de Outubro de 2019, 07h00

Inquérito sobre óleo no Nordeste ainda é inconclusivo, diz ministro da Defesa
Inquérito sobre óleo no Nordeste ainda é inconclusivo, diz ministro da Defesa

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou nesta quinta-feira (10) que ainda não é possível dizer que o vazamento de óleo que atingiu as praias do Nordeste é criminoso. Mais cedo, ao participar do mesmo evento no qual o ministro deu a declaração em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse ter “quase certeza” de que o vazamento é criminoso.

Questionado por jornalistas se é possível concluir que o vazamento foi criminoso, Silva disse que não.

“O que já está levantado é o possível tipo de óleo, o DNA do óleo, que é produzido por outros países que não é o Brasil. É um levantamento preliminar, estamos levantando possíveis navios e possíveis bandeiras, que pelo período podem ter sido responsáveis pelo vazamento. Pode ter sido um incidente ao acidente, mas teria que ter sido comunicado isso aí”, disse Silva.

“O levantamento está adiantado. Tem um inquérito aberto, não está conclusivo ainda. Tem algumas conclusões: não é um óleo produzido nas bacias do Brasil, não é um vazamento de plataformas nossas. Estamos levantando a origem do petróleo. O navio que possivelmente teve o acidente ou incidente vai ser apurado no inquérito, mas deveria ter comunicado o fato”, completou.

Durante a manhã, Bolsonaro falou a jornalistas no Fórum de Investimentos Brasil 2019 que tinha “quase certeza” que os vazamentos eram criminosos.

“O último problema que tivemos, derramamento criminoso, com toda certeza, quase certeza ser criminoso na região costeira do Nordeste. Eu não precisei ligar para ele [ministro da Defesa] para que tomasse as providências. Ele veio à Presidência e mostrou o que estava fazendo. Nós já estávamos analisando e monitorando as amostras de piche, porque aquilo é um piche, não é petróleo em si, desde o dia 2 do mês passado”, disse o presidente.

As poças de óleo vêm aparecendo em praias nordestinas desde o início de setembro e já atingiram 139 locais em 63 municípios.

Relatório da Petrobras apontou que a substância encontrada nas praias é uma mistura de óleos produzidos pela Venezuela. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou na quarta-feira (9) que as manchas de óleo "muito provavelmente" estão relacionadas a produto do país vizinho, que pode ter sido transportado perto da costa brasileira.

O governo de Nicolás Maduro negou, nesta quinta-feira (10), que a Venezuela seja responsável pelo petróleo. Em comunicado, o país vizinho “rechaça categoricamente” as declarações do ministro e as considera “tendenciosas”.

Em seguida, Salles afirmou que a resposta do governo da Venezuela é "descabida". "Porque ela diz que não há vazamento de campos, e a hipótese não é de vazamento de campo, e sim o vazamento de um navio que tenha transportado o óleo venezuelano. Isso pode ter sido abastecido lá. A investigação da Marinha é nesse sentido", afirmou Salles.