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Pragmatismo domina busca de alianças na disputa pelo comando da Câmara

Os cargos deverão ser ocupados pelos próximos dois anos e a função dos deputados indicados é tocar o dia a dia da Câmara política

por GazetaMT

14 de Janeiro de 2017, 13h00

Pragmatismo domina busca de alianças na disputa pelo comando da Câmara
Pragmatismo domina busca de alianças na disputa pelo comando da Câmara

Com a corrida pela presidência da Câmara e a proximidade da eleição interna, os partidos iniciaram uma disputa pelos cargos da Mesa Diretora e o pragmatismo passou a dominar a busca por alianças políticas na Casa.

A eleição para presidente da Câmara está marcada para 2 de fevereiro e estão em jogo, ao todo, 11 cargos no comando da Casa. Os cargos deverão ser ocupados pelos próximos dois anos e a função dos deputados indicados é tocar o dia a dia da Câmara política e administrativamente.

Opositor ao governo Michel Temer e ministro das Comunicações na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, André Figueiredo (PDT-CE), por exemplo, é pré-candidato e ainda tenta convencer PT e PCdoB, também da oposição, a apoiá-lo. Parte das bancadas, porém, estuda apoiar a possível candidatura à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado do Palácio do Planalto e que votou a favor do impeachment de Dilma no ano passado.

A articulação já gerou críticas de aliados do PT. Ministro da Integração Nacional no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes (PDT-CE), por exemplo, postou no Facebook nesta semana que "não quer acreditar" que o PT apoiará Rodrigo Maia:

"Sendo verdade, perderam completamente a noção de país, de nação e de interesse público. Trocar o restinho de respeitabilidade por um carguinho e suas mordomias seria nada menos do que traição".

Na mesma linha, o próprio André Figueiredo chegou a dizer que, para ele, é uma "grande incoerência" partidos que fazem oposição ao Palácio do Planalto apoiarem um aliado de Michel Temer.

Para o novo líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), contudo, as conversas da legenda com Rodrigo Maia não significam precisamente um "problema". Ele ressaltou ao G1 que o PT já teve presidentes da Câmara que receberam votos de siglas adversárias.

Na avaliação do deputado, é "importante" o PT garantir espaço na nova Mesa Diretora, até mesmo para ter mais força como oposição a Temer.

"Estamos vivendo uma situação política radicalizada. Para exercermos nossa força de oposição, temos que ter nosso espaço político representado".

Nesta semana, Zarattini esteve no ato de lançamento da candidatura de Jovair Arantes (PTB-GO) à presidência da Câmara. Jovair foi o relator do impeachment de Dilma na Câmara e recomendou o prosseguimento do processo por considerar que ela havia cometido crime de responsabilidade.

No caso do PCdoB, o partido também estuda apoiar a possível candidatura de Rodrigo Maia. A decisão, contudo, só deverá ser tomada no próximo dia 17 (assim como no caso do PT). O líder do partido, Daniel Almeida (BA), disse ao G1 que Maia é o candidato com maior chance de harmonizar a Casa.

Ele afirmou, ainda, que vai buscar formar aliança com siglas que tenham tamanhos semelhantes de bancada, independentemente da posição política. Os blocos podem ser desfeitos após a eleição.