operação boi bandido

Presos mais seis integrantes da quadrilha de roubo a gado em Tangará da Serra

foram presos em Tangará da Serra, na manhã desta terça-feira (16.06), em cumprimento de mandados de prisão preventiva e busca e apreensão

por GazetaMT

16 de Junho de 2015, 14h12

Presos mais seis integrantes da quadrilha de roubo a gado em Tangará da Serra
Presos mais seis integrantes da quadrilha de roubo a gado em Tangará da Serra

Seis membros da organização criminosa de roubos a gado e defensivos agrícolas, investigada pela Polícia Judiciária Civil, na operação "Boi Bandido", foram presos em Tangará da Serra (239 km a Médio-Norte), na manhã desta terça-feira (16.06), em  cumprimento de mandados de prisão preventiva e busca e apreensão. 

Armas apreendidas com a quadrilha na operação desta terça-feira.Os suspeitos Dirceley Pereira de Freitas, Elson dos Santos Souza, Alseo Branco de Quadros, Elias Brito Pereira e Olair Lemes da Silva, foram presos por mandados de prisão preventiva e José Luiz Castilho preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo. Todos irão responder por roubo qualificado, associação criminosa, resistência a prisão, cárcere privado, posse e porte ilegal de arma de fogo e munições e receptação. 

As ordens judiciais foram cumpridas em residências e duas chácaras, no município de Tangará da Serra, onde foram apreendidos sete armas de fogo ( 1 pistola 38,  1 pistola de pressão, 1 revólver 38, 1 espingarda cartucheira calibre 32, 1 espingarda 20, 2 espingardas de pressão) e mais de 130 cartuchos dos calibres 20, 38, 380, 36, 12. O suspeito Elias Brito Pereira é apontado como sendo o fornecedor de armas para a quadrilha. 

Além das armas e munições foram apreendidos jOias,  1 caminhão 850 com gaiola, 1 caminhonete F250, 1 Fiat Uno, 2 motocicletas importadas,  uma de 1000 e outra 600 cilindradas. 

Para o delegado regional de Tangará da Serra, Alexandre Morais Franco, a quadrilha está 100% desarticulada. "Prendemos hoje os últimos integrantes do grupo criminoso e os receptadores. A operação está fechada", afirmou. 

Foram apreendidos também, três motocicletas, três carretas e dois veículos.O líder da quadrilha, Quezil Góes de Siqueira, 50, foi morto na primeira fase da operação, iniciada em 4 de junho, quando quatro criminosos foram presos e dois mortos. Na ação, o delegado Nelder Martins Pereira e o investigador Antenor Francisco da Silva foram feridos por disparo de arma de fogo. 

O investigador levou um tiro na perna, foi hospitalizado e recebeu alta hospitalar no dia 8. O delegado foi atingido na lateral do tórax e permanece em observação em um hospital particular, em Cuiabá. Ambos estavam de coletes a prova de bala da ação. 

Na ocasião, a quadrilha planejava roubar 150 cabeças de gado, em uma fazenda a 40 km do município de Barra do Bugres (168 km a Oeste), nas proximidades do Distrito do Currupira, onde 19 pessoas eram mantidas reféns. Todas foram libertadas sem ferimentos. 

Durante a operação, os policiais interceptaram duas carretas carregadas com gado. O motorista de uma delas entrou em confronto com os policiais e foi morto. O outro foi preso com uma pistola 40. 

As carretas eram escoltadas por um veículo Vectra. Os ocupantes do carro perceberam a abordagem da primeira carreta, diminuiram a velocidade e fugiram mata adentro, abandonando o veículo que foi apreendido. Os dois foram identificados por, Elson dos Santos Souza, Alseo Branco de Quadros, presos nesta terça-feira. 

Na fazenda, os policiais apreenderam uma terceira carreta e encontraram o líder do bando, Quezil, fugindo em um Fiat Uno, de propriedade de uma das vítimas. Ele jogou o carro contra a equipe policial e atirou ao mesmo tempo. Os  policiais revidaram os tiros, levando o bandido à óbito. O delegado e o investigador ficaram feridos pelos tiros de Quezil. 

De acordo com as investigações, coordenadas pelo delegado Nelder Martins e o Núcleo de Inteligência da Regional de Tangará, a quadrilha  era composta por muitas pessoas, chegando a mais de 25 membros, e ia se recompondo a medida que seus integrantes eram presos. Ao logo das investigações foram presas 26 pessoas, somando-se os presos desta terça-feira. 

Na primeira fase da operação foram apreendidos cinco armas de fogo (três pistolas e dois revólveres), três motocicletas, três carretas e dois veículos, além de produtos recuperados da sede fazenda que já estavam dentro de um veículo, de propriedade de uma das vítimas.

A operação desta terça-feira contou com apoio das Delegacias de Nova Olímpia, Barra do Bugres, e as Delegacias de Tangará da Serra (Regional e Delegacia da Mulher). Foram empregados 23 policiais, sendo três delegados (Edmar Faria Filho, João Paulo Praisner e Alexandre Morais Franco), sendo os demais, investigadores e escrivães.

A ação integra a operação da Segurança Pública "Top Five", com o objetivo de  identificar e prender lideranças criminosas que agem em roubos na zona rural. A ação cumpre determinação da Secretaria de Estado de Segurança Pública para redução dos roubos de gado e defensivos agrícolas.  

Histórico criminal

Com registros criminais desde o ano de 1990, por vários roubos praticados e homicídios, além de seis mandados de prisão cumpridos ao longo de mais duas décadas de crimes, o criminoso Quezil Goes de Siqueira tem fama de matador de aluguel na região Médio-Norte. Em uma das ocasiões que foi preso, há cerca de 8 anos, pela Polícia Civil na região de Tangará da Serra, o criminoso teria confessado 15 homicídios, mas não deu detalhes das vítimas. 

Quezil é natural de Alto Paraguai (218 km a Médio-Norte) e na região sua organização executou roubos em fazendas dos municípios de Tangará da Serra, Alto Paraguai, Nobres, Rosário Oeste, Campo Novo dos Parecis, mas também há registro da atuação do grupo no Oeste de Mato, na região de Rio Branco e Salto do Céu. 

O assaltantes mato-grossense também respondia por homicídio no interior do estado do Paraná, em 2005. Um ano depois, 2006, ele apareceu como procurado no programa "Linha Direta" pelo crime cometido a  mando do marido  da vítima para ficar com a herança dela.