PRIMAVERA DO LESTE

Justiça condena casal por morte de menina de 2 anos

O crime ocorreu no dia 7 de setembro de 2016. Pai e madrasta estão presos desde a época

por Robson Morais

06 de Março de 2018, 15h15

Justiça condena casal por morte de menina de 2 anos
Justiça condena casal por morte de menina de 2 anos

Lenilson Barbosa de Souza, de 26 anos, e Kátia Cristina de Almeida Lopes, de 28, foram condenados pelo assassinato de uma menina de apenas dois anos de idade. Ele é o pai, ela a madrasta. O Tribunal do Júri da Comarca de Primavera do Leste cravou a sentença em mais de 25 anos de prisão.

O julgamento ocorreu na semana passada, mas o crime, é de setembro de 2016. O casal estava preso desde então.  Eles haviam sido presos no município de Água Boa

Lenilson foi condenado a 25 anos e 9 meses de prisão, em regime inicial fechado pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.  Kátia Cristina foi condenada a 25 anos e 6 meses de prisão pelos mesmos crimes, em regime fechado.

O caso

O casal Lenilson Barbosa de Souza, 25 anos, e Katia Cristina de Almeida Lopes, 27, foi preso em flagrante pela Polícia Judiciária Civil, em Água Boa, neste domingo (18), por homicídio qualificado e ocultação de cadáver da menina, M.E.S.S, de dois anos, encontrada morta na cidade de Primavera do Leste.

O casal morava em Água Boa, cidade em que reside a mãe da menina. Eles foram trabalhar em uma fazenda no município de Paranatinga  e a mãe, que tem a guarda da filha, permitiu que a menina fosse passar uns dias com o casal.

Depois de passar um mês na fazenda, o casal foi morar em uma casa na cidade de Primavera do Leste. Segundo, o pai no dia 7 de setembro, por volta das 08 horas, à madrasta foi ao mercado e ele ficou em casa com menina. Ele conta que bateu na menina porque ela tinha feito coco no colchão. Em seguida, viu que a menina estava molinha, meio sonolenta e deu um remédio para filha, deixando-a no quarto. Por volta das 23 horas a criança morreu.

"Ele bateu na criança por volta às 8h. A criança ficou passando mal. Ele deu um remédio para dor, mas não sabe dizer o que é", disse a delegada de Água Boa, Luciana Canaverde.

Quando constou que a menina tinha morrido, o suspeito conta que colocou o corpo em um saco plástico e depois em uma caixa, deixando dentro do quarto. No outro dia foram até a fazenda buscar o carro que tinha ficado na  propriedade por estar estragado. Cerca de dois dias depois retornaram para Primavera do Leste e quando entraram na casa viu que estava com mau cheiro. Então, pegaram a caixa com a criança morta e depositaram em uma área verde, aos fundos do loteamento.

Os dois voltaram e lavaram a casa e as roupas da criança. Passaram mais três dias em Primavera do Leste e foram de ônibus para Goiânia, onde segundo o suspeito iria fazer um curso para mudar a categoria da Habilitação, para dirigir caminhão.

A delegada Luciana Canaverde disse que no último sábado (17), a mãe da menina registrou uma boletim de ocorrência, que informava o desaparecimento da filha em Goiânia. A mulher disse que a filha estava com o pai há cerca de dois meses e que, no último contato, o pai havia informado que tinha sido assaltado em uma feira na cidade de Goiânia e durante o roubo a criança desapareceu

A delegada, que é natural de Goiás, contou que de início achou estranho, por saber que o dia de feira é somente no domingo. Ele entrou em contato com Goiás, lá não havia nenhum registro sobre o roubo ou o desaparecimento da menina.

No domingo, a Polícia Civil de Água Boa recebeu uma informação de que o casal tinha retornado para cidade e assim que eles chegaram foram presos em flagrante. Num primeiro momento, os dois suspeitos sustentaram a história do assalto, contando que ela tinha caído do caminhão de mudança, quando deixaram a fazenda em Paranatinga para morar na cidade de Primavera do Leste. "A madrasta contou a verdade e o pai falava que tinha dado apenas um tapa", disse.

De acordo com a delegada, durante as investigações, informalmente,  tanto o pai quanto a madrasta contam como os fatos ocorreram. "A madrasta contou oficialmente no interrogatório. Ambos durante as investigações foram contando. A madrasta colocou no papel. Ele orientado pelo advogado, não. Ele se reservou no direito de permanecer em silêncio", disse.

A delegada ainda informou que durante o tempo que o pai ficou com a filha, a mãe recebeu uma foto a menina estava com um olho roxo. Quando questionado o pai não soube explicar.

O casal vai responder por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Foi o suspeito que informou onde o corpo da criança foi achado, dentro da caixa.

Perícia

O corpo da criança está sendo periciado em Primavera do Leste, que irá constar lesões. Perícia de local de crime e na casa onde a família morava também serão realizadas. Vizinhos também serão ouvidos para levantar mais informações de histórico de agressões sofridas pela criança.