O presidente da Câmara Municipal de Rondonópolis e candidato a deputado estadual, Ibrahim Zaher (PSD), disse que é preciso estabelecer uma relação mais justa entre a União, estados e municípios. Segundo ele, a falta de sintonia e as distorções na distribuição dos recursos estão penalizando as cidades e são hoje as principais responsáveis pelos problemas que atormentam a população.

Ibrahim defende a revisão do Pacto Federativo, assegurando mais recursos para os municípios. Porém, ele alerta que isso será insuficiente se não houver melhorias na gestão e no cumprimento das obrigações de cada ente da federação.

"Os governos federal e estadual até têm bons programas, mas eles não chegam ao município com a eficiência devida. Também há problemas, como o corte dos repasses para a Saúde e a falta de investimentos na Segurança Pública, que acabam obrigando as prefeituras a gastarem mais para custear serviços que não são de sua responsabilidade", disse Ibrahim. "Na Saúde, por exemplo, muitas prefeituras estão investindo até 30% de seus orçamentos. Com isso falta dinheiro para investir em saneamento, melhoria das vias públicas ou no ensino básico. Isso não é justo".

Segurança
Na entrevista ao Gazeta MT, Ibrahim disse acreditar que parte das 'injustiças' cometidas contra os municípios pode ser corrigida pela Assembleia Legislativa. Cita como exemplos o aumento nos repasses do Estado destinados aos investimentos no Sistema Único de Saúde e a definição políticas públicas que promovam ações conjuntas das prefeituras com o governo estadual.

"A Câmara de Rondonópolis deve votar ainda este ano um projeto de minha autoria que cria a Guarda Municipal e prevê uma parceria com a Secretaria Estadual de Segurança Pública. Esta é uma área em que a sintonia entre Prefeitura e Governo do Estado pode render resultados rápidos com um custo relativamente pequeno", disse.

O presidente da Câmara de Rondonópolis avalia que as guardas municipais são inevitáveis nas cidades de médio e grande porte. Além de reforçar a 'sensação de segurança', ajudam a proteger o patrimônio público e podem reforçar a fiscalização no trânsito. Mas, destaca Ibrahim, o combate à violência urbana depende prioritariamente dos investimentos do Estado.

"Nos últimos anos tivemos uma redução no efetivo das polícias civil e militar, apesar do aumento expressivo da população", denuncia. "Vamos cobrar a realização de concurso público, capacitação frequente e o aparelhamento das polícias. Também precisamos definir critérios para a distribuição do efetivo, reforçando o policiamento nas cidades onde o problema da falta de segurança é mais grave".