RONDONÓPOLIS

Sem dinheiro do Estado, hospital Paulo de Tarso ameaça fechar as portas

A entidade filantrópica fundada em 1982 alega não ter mais condições financeiras de manter suas atividades

por Robson Morais

18 de Janeiro de 2019, 08h37

Sem dinheiro do Estado, hospital Paulo de Tarso ameaça fechar as portas
Sem dinheiro do Estado, hospital Paulo de Tarso ameaça fechar as portas

Em nota, a Associação Espírita Beneficente Paulo de Tarso, ameaça fechar as portas da Casa de Saúde e da Atenção Psicossocial. A entidade filantrópica fundada em 1982 alega não ter mais condições financeiras de manter suas atividades. Na primeira frente, 82 leitos serão perdidos e, na segunda, 210 paciente ficarão sem atendimento.

O Hospital Paulo de Tarso é um entidade sem fins lucrativos prestadora de serviços 100% SUS; Ocupa espaço de um dos dois hospitais para internações psiquiátricas em Mato Grosso, sem pacientes moradores, além do Centro de Atenção Psicossocial -Caps, que reintegra pacientes pós-alta hospitalar no seu convívio familiar e social.

"Nossa equipe totaliza 98 funcionários em regime CLT e contamos com voluntários, inclusive a diretoria é voluntária. Atualmente nos encontramos em sérias dificuldades financeiras, recebendo apenas as AIHs", diz a nota. AIH é a sigla para Autorização de Internação Hospitalar, documento que habilita entidades prestadoras de serviços SUS e seu devidos recebimentos de ordem federal. "A complementação financeira do Estado através da contratualização que representa o nosso mais importante recebimento está em atraso desde abril de 2018", continua.

Hospital Regional e Santa Casa

Nesta semana, médicos de outros dois hospitais de Rondonópolis anunciaram demissões. No Hospital Regional e na Santa Casa, que atendem a 19 municípios da região Sul do Estado, médicos confirmam a falta de repasses do Governo estadual.

No Regional, três médicas, especialistas em Endocrinologia, Reumatologia e Pneumologia comunicaram oficialmente a direção do Hospital Regional, pedidos de demissão. As profissionais da saúde alegaram a falta de pagamento dos honorários por seis meses e a falta de contrato.

No início deste mês o novo secretário de saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, visitou a unidade hospitalar. Antes disso, mais de 40 funcionários da unidade fizeram uma manifestação para reivindicar o pagamento do salário referente a novembro e o 13º salário.

Na Santa Casa, médicos do hospital e maternidade anunciaram demissão oficial para o dia 2 de fevereiro. O novo secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, em entrevista concedida para a imprensa da capital, admitiu que há atrasos do Estado para com a Santa Casa de Rondonópolis em torno dos R$ 4 milhões. Desde que assumiu a Secretaria, ele ainda não assinou nenhum pagamento porque não há recursos disponíveis.