Soja

Ministério do Meio Ambiente divulga Levantamento sobre moratória da soja

Soja é responsável por apenas 0,9% do desmatamento. Moratória da soja foi renovada até 2016

por GazetaMT

27 de Novembro de 2014, 09h10

Ministério do Meio Ambiente divulga Levantamento sobre moratória da soja
Ministério do Meio Ambiente divulga Levantamento sobre moratória da soja

De acordo com relatório do 7º Ano do Mapeamento e Monitoramento do Plantio de Soja no Bioma Amazônia divulgado nesta terça-feira (25), o cultivo do grão é responsável por apenas 0,9% do desmatamento acumulado na Amazônia. Na safra 2013-2014, foram identificados 47.028 hectares com produção de maneira irregular, um aumento de 61% em comparação aos 29.295 hectares verificados no período anterior.

O mapeamento por satélite realizado na safra de 2013-2014 considerou 73 municípios em Mato Grosso, Pará e Rondônia, sendo que 51 tiveram registro de plantio irregular. Os três estados concentram 98% da soja produzida na região amazônica. A produção total brasileira do grão ocupa 30,1 milhões de hectares do território nacional. Desse total, 3 milhões de hectares (10%) ficam nos limites da Amazônia Legal.

 Mato Grosso tem a maior área de soja em desacordo com a Moratória da Soja, pacto estabelecido desde 2006: são mais de 34 mil hectares. O estudo identificou plantios irregulares principalmente em quatro municípios do estado: Feliz Natal, Nova Ubiratã, Gaúcha do Norte e Itanhangá.

Na ocasião, foi estabelecida uma agenda de transição da moratória da soja na Amazônia até maio de 2016 pelo governo federal, setor produtivo e sociedade civil. A moratória proíbe o comércio do grão produzido em áreas desmatadas do bioma. Depois dessa data, os imóveis rurais do país já deverão estar em processo de Cadastro de Regularização Ambiental (CAR) e, como consequência, a soja será cultivada em áreas legais, dentro dos limites da Lei Florestal.

O documento foi assinado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Carlo Lovatelli, o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, e o estrategista sênior de Florestas do Greenpeace, Paulo Adario. Todos os três fazem parte do Grupo de Trabalho de Soja (GTS), que conta com representantes do governo, da indústria e da sociedade civil.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Carlos Lovatelli, os preços atrativos da soja no passado podem ter levado alguns produtores a desmatar um pouco além do permitido para plantar a oleaginosa. "A política de preços da soja internacional teve um salto naqueles dois anos, chegou a US$ 15, US$ 16 o bushel, hoje está US$ 10. Então teve gente que se arriscou a fazer alguma coisa errada e desmatar um pedacinho de terra a mais e deu no que deu", afirma.

Paulo Adário, estrategista sênior do Greenpeace, informa que é checado se os fazendeiros que desmataram ilegalmente ou que desmataram depois do período estão vendendo para as empresas e, se estão vendendo, as empresas não podem comprar. "Você tem os dados do desmatamento via satélite, esses dados são checados, a localização das propriedades é verificada e as empresas assumem esse compromisso de não comprar e passam por uma auditagem anual".

De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, nesta reta final, espera-se que o desmatamento ilegal acabe e, com o Car, será possível se antecipar e pegar aqueles que querem fazer o crime ambiental e punir, por exemplo, retirando crédito público. "Os resultados são bons e mais do que isso, a perspectiva de trabalho nos próximos um ano e meio acho que é mais estratégica, porque vamos mudar o patamar de controle e fazer com isso para que possamos dar proteção jurídica para quem produz dentro da lei e assegurar a proteção ambiental", diz.

Com informações do Portal G1.