SAÚDE

“Todo dia é uma vitória diferente”, diz mãe de criança com microcefalia

Dois anos depois, a bebê Fernanda, personagem especial de reportagem do GazetaMT, continua uma pequena vencedora

por Robson Morais

08 de Fevereiro de 2018, 11h39

“Todo dia é uma vitória diferente”, diz mãe de criança com microcefalia
“Todo dia é uma vitória diferente”, diz mãe de criança com microcefalia

A pequena Fernanda, em 2016. Foto: GazetaMT

Quase dois anos se passaram desde que a reportagem do GazetaMT contou a história de Fernanda, a pequena vencedora. Uma ano e oito meses, para ser mais exato. Naquele junho de 2016, o assunto era o desafio dos bebês que, como ela, nasceram portadores da microcefalia causada pelo zika vírus. O tempo passou, mas as lutas e vitórias continuam.

Fernanda é a segunda filha de Ledinéia de Freitas Batista Nabôr e em dezembro comemorou seu segundo aniversário. "Espichou", conta a mãe. E segue sendo acompanhada pela rede pública de Saúde, que fornece os serviços essenciais ao desenvolvimento de crianças microcefálicas nascidas em Rondonópolis.

Na rede pública, mães e bebês tem direito a médico especializado, nutricionista, assistência psicológica, assistência social e acompanhamento. A procura deve ser feita na sede do Serviço de Atenção Especializada, o Sae, na Rua Frei Servácio, s/n, esquina com a Rua Pedro Guimarães, bairro Santa Cruz. O telefone é 3411-5077.

Na medida em que cresce, Fernanda necessita de outros procedimentos. Além dos oferecidos no Sae, ela faz tratamentos específicos, como hidroterapia, além dos exames de rotina. Tudo o que não é oferecido pelo município via Sistema único de Saúde -SUS, conta Ledinéia, é garantido à bebê por intermédio da Defensoria Pública. "Tem mães com dificuldades em conseguir os serviços, mas quando o médico atesta urgência na solicitação, a Defensoria costuma ser agilizada. Em mais ou menos uma semana o processo anda", conta. "Muita gente desiste de seus direitos, e é preciso correr atrás. Tem que insistir e acreditar que vai dar certo. É um direito das mães".

Graças ao acesso a cada procedimento o desenvolvimento da bebê tem sido gradativo. "Todo dia é uma vitória diferente. Ela aprendeu a falar mãe agora, não faz muito tempo. Ela ainda não anda nem engatinha, mas arrasta a barriguinha no chão e se move. Os tratamentos ajudam muito com a coordenação motora", explica Ledinéia.

Quase dois anos depois do nascimento da filha, a mãe também mudou. Retomou os estudos que precisou interromper, cursa Direito. Compartilha experiências com outras mães de bebês especiais. "A gente nunca está preparado para uma coisa dessas, uma criança especial. Acho que antes eu tratava este assunto com certa distância, pois não era comigo. Hoje, quando converso com uma mãe ou vejo uma criança especial, eu vivo a situação. Ninguém pode ser indiferente", finaliza Ledinéia. 

A pequena Fernanda "espichou". Foto de 2018 enviada pela mãe