SEM CONTRATO

Com dívida de R$42 mi, Coder segue prestando serviço de caridade

por GazetaMT

13 de Janeiro de 2017, 11h04

Com dívida de R$42 mi, Coder segue prestando serviço de caridade
Com dívida de R$42 mi, Coder segue prestando serviço de caridade

Desde do início deste novo ano, há duas semanas, a Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis, Coder, segue prestando serviços paliativos em caráter emergencial sem a renovação de contratos junto ao município. A primeira das providências tomadas, a título de exemplo, foi o chamado tapa-buraco. Sem documento assinado, tem funcionado quase que como instituição de caridade.

Empresa de economia mista, a Coder possui acionistas, sendo a Prefeitura de Rondonópolis a majoritária, com mais de 90% das ações. No último balanço divulgado à imprensa, a companhia, confirmou os quase R$50 mi que hoje deve levando em conta investimentos estruturais impostos e encargos como INSS, FGTS, Impro, etc.

Montante que o ex-prefeito Percival Muniz (PPS) havia garantido ter pago, uma vez líder da acionista maior, a Prefeitura. Não pagou, esta é a verdade. O que fez foi renegociar em parcelas junto às instituições federais. Tapou sol com peneira, e deixou o carnê para as novas administrações do Executivo e da própria Coder.

Em sua época mais desastrosa, a Coder chegou a ter recomendado o  fechamento pelo Tribunal de Contas do Estado. Passou por reformulação rígida na gestão dos gastos. Com a renegociação acima mencionada, conseguiu liberação das certidões exigidas ante realização de serviços públicos.

Tudo isso dito para perguntarmos: e agora? No fim de segunda semana de 2017, uma empresa com dívida milionária prestando serviço sem contrato parece boa ideia? Buxixo teme que não.

Esta coluna buscou resposta do Executivo. "A Secretaria Municipal de Infraestrutura comunica que a renovação e a elaboração de novos contratos já possuem orçamentos prontos e estão em processo gradativo de renovação. Após rigoroso processo de análise, os contratos da Coder referentes a limpeza de eco pontos, limpeza de vias, desobstrução de bueiros, manutenção de estradas vicinais, capina manual, poda de galhos e outros serão firmados assim que possível, evitando prejuízos ao cidadão", informou a assessoria. Não deu prazo, não mostrou documento, não nos recebeu.

Em primeira mão fomos informados, porém, que já nesta sexta-feira (13), os serviços nas ruas foram interrompidos. Representantes da Coder e Executivo estão reunidos buscando justamente a renovação dos tais contratos.

Certo que, para o cidadão, é imprescindível que a Coder continue realizando cada um dos serviços, ainda que de graça. Cabe ao Executivo, entretanto, dar celeridade à renovação dos contratos por meio de nova diretoria nomeada. É preciso correr antes que o trem descarrilhe. Caso contrário, é sabido do ônus quem paga.