SEM MERENDA

Com dívidas, unidades passam por dificuldades

Diretores usam criatividade para manter as crianças nas Escolas

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14 de Junho de 2017, 07h21

Com dívidas, unidades passam por dificuldades
Com dívidas, unidades passam por dificuldades

Chá com bolacha. Este é o cardápio servido em muitas Escolas da rede municipal de ensino porque o recurso para a compra da merenda escolar está com pelo menos dois meses de atraso.

Nas Unidades que atendem crianças de seis meses a três anos, como creches em período integral, a situação é mais difícil. Uma diretora, que preferiu não se identificar, disse que a Escola onde trabalha está passando por sérias dificuldades. "Nós dependemos da boa vontade dos fornecedores, que estão entregando os alimentos para a creche por conta de acreditar no Conselho da Escola. Eles sabem que não podemos deixar de atender as crianças, na maioria vindas de famílias carentes que têm nas refeições da Unidade a garantia da boa alimentação diária", disse a diretora.

A situação se repete em praticamente todas as unidades municipais, já que os repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE e mais a parcela dos recursos próprios do Município não têm sido repassados.

"O recurso referente à manutenção dos meses de maio e junho, estão vencidos, já que precisam chegar à Unidade até o dia 14 de cada mês. Estamos fazendo milagre e dando prioridade para os pequenos que passam o dia na Escola e precisam ser bem alimentados. O normal é servir quatro refeições por dia, além das mamadeiras. Não está nada fácil administrar esse problema", desabafou a diretora.Servir merenda de qualidade é obrigação das Escolas. Foto: ilustração

Além da alimentação, as Escolas usam o recurso para comprar materiais de limpeza e de manutenção das unidades. Mesmo quem atende crianças de quatro a seis anos em um período diário, sofre com a falta do dinheiro. "Nossa merenda já foi de qualidade. Normalmente nossos alunos têm aqui na Escola a principal refeição do dia e hoje estamos oferecendo chá e bolacha para a garotada. Dá um nó na garganta ver tanta falta de consideração dos poderes. Assim fica difícil manter a qualidade na educação, já que a alimentação é um dos fatores que ajudam no processo de aprendizagem", disse outra diretora.

A redação do GazetaMT tentou contato com a Secretaria de Educação. O telefone celular da secretária cai direto na caixa de mensagem e o fixo da Pasta, não atende as ligações.