SILVAL E MALEBOLGE

Maggi: de presidenciável a última opção política após operação da PF

Ministro da Agricultura já sofre primeiros impactos por envolvimento em possível esquema e delação de ex-governador do Estado

por GazetaMT

19 de Setembro de 2017, 07h00

Maggi: de presidenciável a última opção política após operação da PF
Maggi: de presidenciável a última opção política após operação da PF

De candidato preferido do PP para a disputa à presidência da República em 2018 a ministro alvo das efusivas investidas de nomes dentro e fora do governo, Blairo Maggi começa a sentir os primeiros impactos da Operação da Malebolge, deflagrada na última semana pela Polícia Federal -PF.

Maggi teve suas residências, em Brasília e em Rondonópolis, "visitadas" pela PF. Na capital Federal, um malote com computador foi apreendido. Na sua delação ao Ministério Público Federal -MPF, o ex-governador Silval Barbosa -PMDB acusou Maggi de participar de um esquema de corrupção no Estado.

Ruiu, ali, a imagem de um ministro forte, recém responsável pela retomada da confiança do mercado estrangeiro após a Operação Carne Fraca. Maggi consertou um estrago, viajou pelo mundo e garantiu negócios para o Governo.

Tão por isso, na última semana, logo após os resultados da Operação Malebolge, o Palácio do Planalto informou que optou por "adotar cautela" em relação às acusações da PF contra Blairo. A medida, expressa, serve também para proteger o presidente Michel Temer-PMDB por tabela. O governo quer dar tempo para que o ministro se explique e vai levantar dúvidas sobre a delação premiada que embasou a operação de busca e apreensão em seus endereços.

"Veementes indícios"

A ação da PF foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal -STF Luiz Fux. Na 12ª fase da Operação Ararath, a Molebolge, Blairo é acusado de fazer pagamentos ao ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso Eder Moraes para que ele mudasse um depoimento para inocentá-lo em um processo judicial. Segundo o ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), há "veementes indícios" de que o ministro tenha cometido crime de obstrução de Justiça.

Prejuízos

Uma semana depois, Maggi amarga prejuízos. Segundo a "Coluna do Estadão", do jornal O Estado de S.Paulo, antes de receber a visita da PF, em Brasília, para cumprir um mandado de busca e apreensão, o ministro era cotado no PP para disputar o Palácio do Planalto em 2018. Era...

Ainda segundo o jornal, acionistas da Amaggi buscam uma forma de não contaminar os negócios com as denúncias que o envolvem o ministro. Empresas familiares atingidas pela Lava Jato tem sido aconselhadas a trocar de nome, tirando referência aos sobrenome de seus donos.

Por último, os ataques diretos em Brasília. Políticos de oposição e ex-aliados querem a cabeça do ministro. Recentemente, a senadora Kátia Abreu -PMDB defendeu que Maggi deixe o cargo que no governo Dilma foi dela.