automedicação

Usuário deve ter cautela com informações sobre saúde internet

"O conteúdo é muito incompleto, são tendenciosas, ou seja, elas acabam omitindo informações muito importantes" explica pesquisadora

por GazetaMT

19 de Março de 2018, 08h10

Usuário deve ter cautela com informações sobre saúde internet
Usuário deve ter cautela com informações sobre saúde internet

O incentivo ao uso seguro de medicamentos foi o tema de campanha promovida pelo Conselho Federal de Farmácia neste ano. A mobilização teve por objetivo mostrar à população o risco da automedicação e estimular a busca de informações sobre medicamentos em fontes seguras, entre elas o farmacêutico.

É inegável que a internet hoje faz parte da vida das pessoas. Mas muitas vezes esses dados podem mais prejudicar que ajudar a esclarecer dúvidas ou trazer informações relevantes sobre o assunto. Foi o que constatou a farmacêutica Emília Vitória da Silva na sua tese de doutorado em Ciências da Saúde na Universidade de Brasília. O estudo se baseou na avaliação e comparação de sites com dados voltados para a questão da obesidade.

Com a ajuda de especialistas foi possível analisar aspectos técnicos e de conteúdos de sítios relacionados com o assunto. A pesquisadora cita problemas identificados que podem dificultar o acesso à informação correta. "O conteúdo é muito incompleto geralmente, são tendenciosas, ou seja, elas acabam omitindo informações muito importantes e enaltecendo outras. E além do que traz informações equivocadas, erradas, o que acaba tendo um risco para o paciente que vai buscar a informação".

A doutora em Ciências da Saúde reconhece a importância da internet para ajudar o paciente a se manter informado e ser mais colaborativo no tratamento. Diante da grande quantidade de sites à disposição, a pesquisadora orienta a se fazer uma busca mais completa. Uma das dicas é evitar escolher somente os primeiros links que aparecem, já que muitos desses sítios podem ter pago para ter destaque na web e possuir conteúdos voltados para a venda de produtos específicos. O texto deve ter autor e referência, bem como dar prioridade à informação de fontes seguras. "É importante que ele procure sites de instituições governamentais e de instituições especializadas naquele assunto. No caso do diabetes tem a Sociedade Brasileira de Endocrinologia, o site do Ministério da Saúde, com várias informações sobre doenças, associações de diabéticos. Evite aqueles sites de academia, de indústrias farmacêuticas. Você tem que olhar com um olho mais crítico e buscar informações pelo menos de instituições idôneas que não tenham interesse econômico".