VAI MUDAR?

Fagundes sinaliza debandada aos 45 do segundo tempo

por GazetaMT

26 de Abril de 2016, 11h37

Fagundes sinaliza debandada aos 45 do segundo tempo
Fagundes sinaliza debandada aos 45 do segundo tempo

No início ele era contra, passou a ficar em cima do muro e agora solta um comunicado em que praticamente oficializa sua debandada para a oposição. Este é o senador Wellington Fagundes (PR), que nas últimas duas semanas pode ter passado de defensor aliado do Governo para talvez o maior de seus traidores logo aos 45 do segundo tempo. Em sua página oficial, ele publicou uma nota em que defende ser favorável ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).  O comunicado surpreende.

Fagundes integra a comissão especial do Senado que votará a favor ou contra o impedimento nos próximos dias e até lá a coisa pode mudar novamente. Isso porque o parlamentar está evidentemente perdido. De um lado uma crescente impopularidade por conta da defesa, até então, à presidente Dilma e por outro a velha mania de jamais desgarrar do Poder. O republicano periga agora meter definitivamente os pés pelas mãos.

Se fosse para mudar de lado, Fagundes deveria tê-lo feito antes. Bem antes. Que aproveitasse o oportunismo dos colegas de seu partido que debandaram para os de oposição e pegasse carona. Na época não o fez e quis adotar postura quanto a seus princípios. A dúvida agora é: quais princípios?

Pergunta sem resposta num momento em que seu discurso de defesa pela democracia cai por terra. Também verdade é que o senador é vaidoso e ter a cara estampada em outdoors contrários à sua postura o incomodaram. Fraquejou pelo ego, e mudou o discurso pensando já em fazer política.

Apesar da nota publicada, ainda em cima do muro, porém, está Wellington Fagundes, que agora defende que "votar a admissibilidade não quer dizer votar a cassação da presidente" e que tratam-se de "coisas distintas". Conversa fiada. A traição, desde o discurso e caso vote pelo sim, já fora cometida.

E chamá-lo de "maior" traidor, assim, com conotação superlativa, não é exagero. Primeiro por ter largado o barco tão em cima da hora. Segundo porque se dedicou a barganhar seu apoio em troca da viabilização de um de seus grandes sonhos políticos: a criação da sede Rondonópolis da Universidade Federal do Cerrado (Ufcer), orçada em nada menos que passados R$14mi. Sua promessa de aliança junto à base pesou a favor para dar agilidade ao projeto, que enfim se tornará realidade.  Outra articulação se dava quanto à posição de Fagundes em Brasília. Visava ganhar espaço, angariar mais para si e para seus aliados.

"Se".... importante lembrar. Ainda é difícil atestar junto aos bastidores que Fagundes realmente assumirá o papel de votante pró impeachment. É ver para crer, como na história de São Tomé. O melhor, portanto, é aguardar.

Seja como for, tanta indecisão e conversa mole com chances reais de debandada neste momento servem apenas para que nunca nos esqueçamos: político é sempre um político. Wellington Fagundes é igual.