várzea grande

Laudo pericial confirma que incêndio que vitimou crianças iniciou no fogão

Três crianças foram mortas durante o incêndio

por GazetaMT

20 de Maio de 2016, 08h33

Laudo pericial confirma que incêndio que vitimou crianças iniciou no fogão
Laudo pericial confirma que incêndio que vitimou crianças iniciou no fogão

A Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, da Criança e do Idoso de Várzea Grande recebeu o laudo pericial da Perícia Oficial e Identificação Técnica (POLITEC) que concluiu que o incêndio que vitimou três crianças de 10, 7 e 3 anos de idade no dia 03 de maio, no bairro Jardim Paiaguás, em Várzea Grande, iniciou no fogão da residência.

O laudo pericial será enviado nesta sexta-feira (20) ao Fórum de Várzea Grande para juntada nos autos do inquérito policial já finalizado.

A perícia apontou provável causa acidental, onde foi verificado em exame que a válvula de regulagem do gás estava danificada e sem a válvula de alívio, o que sugere que tenha gerado um efeito "maçarico" junto ao botijão no momento do incêndio. Desse modo, à medida que o gás ia vazando, em contato com o fogo, ia aumentando a combustão.

Segundo o delegado à frente do caso, Cláudio Alvares Sant'Ana, a suspeita da causa do incêndio já havia sido levantada na oitiva de um dos menores que vivia na casa, de 13 anos, irmão e tio das vítimas. Em depoimento, o adolescente que estava na escola durante o incêndio contou que o irmão, J.E.N.O, de 10 anos costuma dar banho nos menores e também cozinhar para a família.

Num primeiro momento foi cogitada a possibilidade de uma vela ter propagado o fogo na casa, já que não havia energia elétrica no local. Outra linha investigada foi a de um incêndio criminoso, uma vez que Gonçalina Neris de Almeida, 40 anos, mãe de duas das crianças mortas, afirmou em interrogatório ter sido ameaçada anteriormente por desafetos.

"O laudo descarta o incêndio criminoso. O fogo se propagou de dentro para fora da casa", afirma o delegado, que também recebeu na tarde de quinta-feira (19) o exame de DNA confirmando a identidade das vítimas.

O delegado encaminhará tanto o laudo quanto o resultado do DNA para o Judiciário, a fim de juntado ao inquérito policial concluído no dia 12 deste mês. 

Gonçalina foi presa em flagrante e continua reclusa no presídio Ana Maria do Couto May. Ela foi indiciada por abandono de incapaz qualificado com resultado morte e o pai, ex-marido da indiciada, Joilson de Oliveira, por abandono de incapaz, sem qualificante, e aguarda o andamento do processo em liberdade.

A adolescente V.N.O, de 17 anos, era mãe de W.N.F, de 3 anos, que morreu no incêndio.Na ocasião, a Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) de Várzea Grande conduziu a menor à Promotoria no dia seguinte ao evento. Depois de ouvida pela Promotoria ela foi entregue sob responsabilidade de uma tia.

O procedimento da DEA corre junto à Vara de Infância e Juventude de Várzea Grande.

com informações PJC

Foto da Capa: Marcus Mesquita/ MidiaNews