VIDA MELHOR

Roraima espera maior migração de venezuelanos este ano

por GazetaMT

19 de Fevereiro de 2017, 07h00

Roraima espera maior migração de venezuelanos este ano
Roraima espera maior migração de venezuelanos este ano

Em busca de uma melhor qualidade de vida e fugindo das crises política e econômica no país, milhares de venezuelanos estão migrando para o Brasil. De 2015 para 2016, o número de pedidos de refúgios de venezuelanos ao Brasil cresceu 3.000%. O êxodo se aprofundou nos últimos meses, após anos seguidos de crise econômica e social, quando a inflação na Venezuela pode ter chegado a 700% em 2016, conforma analistas do país. Além do custo de vida elevado, os venezuelanos enfrentam escassez de alimentos, remédios e até produtos básicos de higiene.

A maioria dos venezuelanos chega ao Brasil pela fronteira com o estado de Roraima. Só no ano passado, cerca de 30 mil ingressaram em Roraima, segundo estimativas do governo estadual. O Ministério da Justiça calcula em 15 mil migrantes.

Segundo o secretário nacional de Justiça e Cidadania, Gustavo Marrone, com o agravamento da crise na Venezuela, a expectativa é uma migração ainda maior este ano. “Na verdade, houve uma diminuição do fluxo migratório no começo deste ano porque a Venezuela fechou a fronteira, mas a gente não espera uma diminuição nesses primeiros meses. Na verdade, a gente espera um aumento do fluxo”, afirmou Marrone.

Caso essa previsão de aumento se concretize, Roraima vai precisar da ajuda federal para conseguir receber e atender tantos venezuelanos, segundo o coordenador do Gabinete Integrado de Gestão Migratória, coronel Edivaldo Cláudio Amaral. “O estado de Roraima não está preparado para enfrentar essa situação. É uma situação muito difícil e a qual a gente deu uma resposta nesse primeiro momento”.

O estado, por exemplo, decretou situação de emergência na área de saúde nos municípios de Pacaraima e Boa Vista, em dezembro passado, alegando não ter estrutura física para atender a demanda por consultas, internações e medicamentos para brasileiros e venezuelanos. O decreto de emergência valerá por seis meses.

No Pronto Atendimento do Hospital Geral de Roraima, o atendimento a estrangeiros subiu 380% nos dois últimos anos, saltando de 320, em 2014, para 1.240, em 2016.

Em 2016, os atendimentos médicos a venezuelanos já atingiam o percentual de 60,25% do total de atendimentos a estrangeiros. O índice de internação de venezuelanos ultrapassou o de brasileiros: a cada 100 pacientes internados na capital de Roraima, 13 são da Venezuela e cinco do Brasil.