O Horto Florestal de Rondonópolis se tornou um bom lugar para a prática de esportes aqui na cidade. A população aproveita o espaço para caminhar e até praticar corridas. Mas, muitos que frequentam o local talvez não saibam a origem daquela reserva. Por isso, a equipe do site Gazeta MT procurou descobrir como se deu a criação deste espaço ecológico.

De acordo com o senhor e pioneiro do município, Julio Dias Goulart, a área onde hoje é o Horto foi um local que ficou reservado para se tonar um bosque. Quando ele veio para cá em 1953, a fim de trabalhar nas terras de seu pai, Francisco de Paula Goulart, gostou do espaço e pensou em preservá-lo para o futuro.

Carlos Gomes Bezerra era amigo de Julio Goulart. E na primeira administração como prefeito no ano de 1983, Bezerra pediu para Julio o terreno do Horto. O gestor da época autorizou a prefeitura a providenciar a transferência, porém com a condição era de que tudo ali fosse mantido. Nesta época a área tinha cerca de 11 hectares.

Na administração do prefeito, Rogério Salles, foi repassado mais cerca de 0,8 hectares e na primeira gestão do atual prefeito, Percival Muniz, transferiu-se mais três hectares. Ainda segundo Julio Goulart, o nome do Horto Florestal homenageia sua mãe, Izabel Dias Goulart.

Opinião de quem frequenta o Horto Florestal

O técnico em agropecuária, Wolmer Rezende, de 61 anos, disse que o Horto oferece um bom espaço para o lazer, além de ser um ambiente agradável. Ele é praticante de corrida pelas trilhas da reserva e faz isso todos os dias.

Para Wolmer o espaço é agradável porque lá se tem contato com animais. Ele contou que prefere correr sempre no final de tarde, depois do trabalho e procurar percorrer a pista interna do Horto pelo menos três vezes.

"Eu pratico esse esporte para o meu próprio bem estar físico e mental. Com isso eu consigo até afastar o mau humor e ainda economizo na farmácia. Nos meus 61 anos ainda faço rapel", revelou Wolmer Rezende.

O técnico em agropecuária disse que a trilha de dentro do parque florestal possui cerca de 2.700 metros, enquanto que a pista do lado de fora tem o comprimento de cerca de 1.700 metros. O praticante de esporte falou que há também a calçada ao redor do Rondon Plaza Shopping, que também é frequentado pela população, mas ele ressaltou que gosta mesmo é do Horto Florestal, por ser um local seguro.

"O Horto é um lugar legal. Porém, eu acredito que o local deveria receber uma divulgação melhor. Eu acho que poderia se promover mais eventos como corridas ou passeios de estudantes realizados pelas escolas. Também poderia levar os idosos para eles fazerem atividades esportivas, como por exemplo, uma caminhada", sugeriu Wolmer Rezende.

Revitalização do Horto­

Recentemente a Loja Maçônica Acácia Amarela lançou um projeto de revitalização do Horto Florestal. A iniciativa tem parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) e no dia 20 de novembro foi realizado um mutirão na reserva.

De acordo com o advogado e membro da Loja Maçônica, José Aparecido Alves Pinto, no dia em que houve a 'força tarefa' e que foi feriado em comemoração ao Dia da Consciência Negra foi feito novo cascalhamento da pista interna do parque, contenção de cipós, controle de pragas de plantas daninhas e um campo do Horto foi gradiado. Ainda começou-se a passar cano para irrigação e alguns maquinários foram consertados.

"Este projeto ainda vai levar pelo menos três anos. Queremos revitalizar trilhas, disponibilizar alimentos para os animais, colocar mais bebedouros e bancos para as pessoas. Ainda desejamos também transformar o barracão do lugar em um espaço cultural", comentou o advogado.

José Aparecido declarou que o mutirão do mês passado não foi o único e que haverá outros. Entretanto, isso depende da presença de mais voluntários.

"Aos finais de semana os próprios integrantes da Loja tem aproveitado para irem até o Horto e fazer alguns serviços. Mas fazemos isso somente aos sábados e domingos porque a maioria são profissionais liberais que trabalham durante a semana", explicou José.

O motivo da revitalização

O advogado José Aparecido enfatizou que desde a criação do Horto o local não recebeu nenhuma revitalização. Serviço que já foi cobrado de prefeitos de administrações anteriores.

O defensor alegou que foi observado que o parque florestal sofre em época de seca, principalmente entre os meses de maio a agosto. E foi percebido que aquela reserva natural que fica na região central da cidade iria acabar se alguma providência não fosse tomada.

Agora com as poucas intervenções que o lugar passou, José afirmou que o Horto está com aspecto diferente e sua vegetação está mais bonita. Inclusive, uma ideia que os integrantes da Loja Maçônica Acácia Amarela têm é de transformar o parque Izabel Dias Goulart em uma reserva natural.  

"Nós vamos colocar plantas frutíferas do cerrado para atrair pássaros e animais que ficam na parte interna do Horto. De certa forma, eles terão um bosque autossustentável. Hoje em dia as pessoas vão lá e dão alimentos para os bichos. Contudo, com presença de plantas frutíferas não haverá a necessidade das pessoas fazerem isso", concluiu José Aparecido.