SAÚDE

Obesidade é a nova vilã do combate ao câncer, alertam pesquisas

por GazetaMT

10 de Julho de 2019, 11h48

Obesidade é a nova vilã do combate ao câncer, alertam pesquisas
Obesidade é a nova vilã do combate ao câncer, alertam pesquisas

Diabetes, hipertensão e cardiopatias são algumas das doenças mais popularmente associadas à obesidade. No entanto, cresceu ao longo dos anos o número de pesquisas científicas que relacionam o excesso de peso também a diversos tipos de câncer. De acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado na revista científica Cancer Epidemiology, entram nessa lista – ao menos – 13 neoplasias. 

Conforme alerta o oncologista clínico do Santa Rosa Onco, do Grupo Santa Rosa, Geraldo Alves de Paula Neto, os tipos de câncer que a obesidade exerce um forte papel na sua formação são meningioma (câncer do cérebro), tireoide, esôfago, mieloma múltiplo, câncer de mama (principalmente, nas mulheres pós-menopausa), fígado, rim, estômago, vesícula biliar, pâncreas, intestino, útero e ovário.  

“A obesidade é um sério fator de risco que vem chamando cada vez mais atenção da comunidade científica e dos governos. O que acontece é que as células de gordura produzem hormônios extras e fatores de crescimento, que estimulam as células do nosso corpo a se dividirem mais frequentemente – algo que, por sua vez, aumenta as chances de ocorrer uma divisão celular defeituosa, que pode ser o gatilho para uma neoplasia”, explica.

Geraldo relembra que, até algumas décadas atrás, outro fator de risco era bastante associado ao câncer. "O tabagismo era apontado como a principal causa de diversos tipos de câncer – o que levou à ligeira redução do consumo do produto no mundo. Hoje, é alarmante o aumento da obesidade tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento tendo em vista os crescentes índices de certos tipos de câncer e a elucidação das origens destes”, ressalta. 

Dado reforçado por uma pesquisa recente do Cancer Research UK (CRUK), instituto britânico de pesquisa sem fins lucrativos dedicado ao combate da doença, que ponderou que hoje é mais provável que câncer de intestino, rins, ovários e fígado tenham sido causados por excesso de peso do que pelo tabagismo. Segundo o estudo, o sobrepeso – ou obesidade – causa cerca de 22,8 mil novos casos de câncer por ano.   

PANORAMA BRASILEIRO – Estima-se que pelo menos 15 mil casos de câncer por ano no Brasil (ou seja, 3,8% do total) poderiam ser evitados com a redução do excesso de peso e da obesidade. Vale enfatizar que o estudo da OMS, realizado pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) em parceria com a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, ainda revelou que esse número pode crescer até 2025 para 29 mil – o que representa 4,6% dos novos casos da doença no país.

Neste viés, o oncologista clínico ressalta que a obesidade não deve ser encarada como um problema de saúde pública apenas pelos governos e pelas comunidades médica e científica. E sim, principalmente, pela própria população. “Os cidadãos podem intervir contra o câncer na prevenção da obesidade por meio da adoção de hábitos de vida saudáveis como, por exemplo, a prática de exercícios físicos regulares e uma alimentação saudável", sinaliza Geraldo.

ACREDITAÇÃO – Com mais de duas décadas, o Santa Rosa é o único hospital de Mato Grosso certificado pela Acreditação Canadense, nível Diamond – uma das principais certificações de qualidade em saúde no mundo. A instituição também é certificada em Excelência, Nível III, pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e em Nível 6 da EMR Adoption Model (EMRAM) pela Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS) Analytics.