CONCIENTIZAÇÃO

Agosto verde claro alerta para os linfomas

Hematologista explica sobre esse tipo de câncer que afetam as células que deveriam proteger nosso corpo

por Da redação

10 de Agosto de 2023, 08h38

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Divulgação

O linfoma é o câncer que afeta os linfócitos, células responsáveis por proteger o corpo de infecções. Esse tipo de câncer se desenvolve principalmente nos linfonodos, também chamados de gânglios linfáticos. O mês de agosto foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como mês de sensibilização e conscientização em relação à doença e para isso ganhou a cor verde claro. Existem mais de 40 subtipos de linfomas, que são inicialmente divididos em dois grupos: os Linfomas de Hodgkin e os Linfomas não-Hodgkin.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que para cada ano do triênio 2023/2025, sejam diagnosticados no Brasil 12.040 novos casos de linfoma não Hodgkin (6.420 em homens e 5.620 em mulheres) e 3.080 novos casos de linfoma de Hodgkin (1.500 em homens e 1.580 em mulheres. A hematologista Maria Amorelli, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, explica que os sintomas iniciais dos dois tipos podem ser muito parecidos com o surgimento de gânglios. “Eles costumam aparecer na região cervical, axilar e inguinal. E existem os sintomas B, que podem estar presentes nos dois tipos de linfomas que seriam febre, mais baixa que às vezes vem no final do dia, a chamada febre vespertina, coceira pelo corpo também pode ser um sintoma associado, além da perda de peso”.

A médica destaca que os linfomas podem ser confundidos inicialmente com doenças infecciosas pelo fato dos gânglios e da febre surgirem e que apenas através de uma biópsia é possível descobrir o subtipo de linfoma que o paciente possui. “O linfoma não-hodgkin aumenta a incidência com a idade, quanto mais velho maior o risco. Já o linfoma de hodgkin tem um pico nos adultos jovens que começa com 15 anos e vai até em torno de 40 anos e depois ele volta a ter um pico de novo nos mais idosos, acima de 75 anos”, salienta.

Sem prevenção
Infelizmente, não há como prevenir os linfomas. “São doenças que surgem de maneira inesperada. O que a gente tem que fazer é uma conscientização em torno do linfoma para ter um diagnóstico mais precoce e aumentar as chances de cura, mas as medidas preventivas são as mesmas para o câncer em geral: vida saudável, exercício físico, boa alimentação e evitar exposições a radiação. Além disso, o paciente que já teve algum câncer, já foi exposto a radiação e a quimioterapia ele tem muito mais chances de ter um segundo tumor, incluindo os linfomas”, detalha a especialista.

Os linfomas são tratados com quimioterapia e radioterapia. “O linfoma de hodgkin em geral tem uma maior taxa de cura. Ele é um linfoma que a grande maioria dos casos hoje em dia atinge uma cura, mas existem casos em que a gente tem uma doença mais agressiva ou a gente pega em estágio mais avançado em que a gente não consegue uma cura. O linfoma não-hodgkin de alto grau costuma ser mais agressivo, em que o crescimento da massa é muito rápido, nesses casos o tratamento é uma quimioterapia mais intensa, mas ao mesmo tempo a gente tem mais chance de cura. Em contrapartida a gente tem o que se chama de linfoma de baixo grau, que são doenças mais lentas, algumas vezes demoram anos para que o paciente possa fechar um diagnóstico. Nesses casos a gente tem o controle da doença com quimioterapia também, mais leves normalmente, mas a gente não consegue atingir uma cura”, salienta a hematologista Maria Amorelli.