de saída

Prestes a deixar Habitação, Ildo Rodrigues faz balanço e diz ser possível zerar déficit

O representante do Partido Social Cristão (PSC) na administração municipal alega razões pessoais e nega qualquer tipo de pressão para deixar

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11 de Fevereiro de 2014, 16h07

Prestes a deixar Habitação, Ildo Rodrigues faz balanço e diz ser possível zerar déficit
Prestes a deixar Habitação, Ildo Rodrigues faz balanço e diz ser possível zerar déficit

Há pouco mais de um ano no comando da secretaria Municipal de Habitação, Ildo Rodrigues se prepara para deixar o cargo. O representante do Partido Social Cristão (PSC) na administração municipal alega razões pessoais e nega qualquer tipo de pressão para deixar o cargo.

'Se não for atingido o número de 10 mil casas populares, como prometido pelo prefeito em campanha, pelo menos o déficit habitacional atual dá para ser zerado', afirmou Ildo Rodrigues - Foto GazetaMTSegundo Rodrigues, projetos pessoais o impediriam de se dedicar integralmente ao cargo e sua saída da secretaria não teria nada a ver com a reforma administrativa anunciada pelo prefeito Percival Muniz (PPS) e, tampouco seria algum tipo de rompimento político.

"Não há nenhuma contrariedade com o prefeito, que tem apoiado todas as nossas ações e nos dado muitas ideias, inclusive. Mas obrigações pessoais precisam da minha atenção e não gostaria de pegar responsabilidades que eu não poderia deslanchar 100%", declarou o secretário.

De acordo com o ainda ele, a Habitação hoje é bem vista pela população e ele aponta avanços ocorridos no período em que responde pelo órgão, como o sistema de cadastramento informatizado, que identifica o candidato ou candidata a uma moradia popular com informações e fotos, que são disponibilizados via internet, para serem fiscalizadas pela sociedade.

"Isso trouxe a justiça social para os cadastros, pois se for mantido como foi concebido, daqui para frente somente serão contemplados com moradias populares aqueles que realmente precisarem. Nós também criamos a equipe de vistoria nos residenciais e acionamos a Caixa (Econômica Federal, órgão financiador das moradias populares) para tomar providências com relação às casas negociadas, ocupadas irregularmente ou vazias", pontuou Rodrigues.

Ele também citou como realizações importantes a parceria com o Ministério Público (MP) para a remoção de cerca de cem famílias ribeirinhas, que viviam em área de risco ou Áreas de Preservação Permanente (APP), e receberam casas dos residenciais construídos com recursos da CEF; a regularização da medição de terrenos para fins de documentação, que tinha uma fila de mais de 800 pessoas aguardando por vistoria, além de agilizar o processo de aprovação de projetos para a construção de novas residências. "Antes, a aprovação de projetos demorava até quatro meses, agora pode sair em menos de 20 dias. Também regularizamos a situação fundiária do assentamento Conquista e fizemos o cadastro de cerca de 400 moradores da locadlidade, que receberão a construção de suas casas. Também conseguimos a aprovação da construção do residencial Celina Bezerra, com 2.400 apartamentos, que ficará próximo ao Parque de Exposições", emendou.

Fim do déficit

Ildo Rodrigues informou ainda que hoje existem 7.595 famílias cadastradas na Habitação para receberem moradias populares, mas desse total 857 já estão cadastrados para receberem casas nos residenciais Pedro Casaldáliga e Dom Osório II. Dos 6.738 cadastros restantes, 5.430 estarão garantidos pelos projetos aprovados e residenciais em fase de construção.

"Se não for atingido o número de 10 mil casas populares, como prometido pelo prefeito em campanha, pelo menos o déficit habitacional atual dá para ser zerado sem nenhuma dúvida. Mas para isso, é preciso manter o ritmo e a seriedade do trabalho desenvolvido e proteger o novo cadastro, pois quanto menos pessoas receberem casas irregularmente, menos pessoas aguardarão no cadastro", completou.

Ainda sem data definida para deixar o cargo de secretário, Ildo Rodrigues, diz que tem trabalhado normalmente e aguarda a decisão do prefeito, que deve extinguir a Habitação e incorporá-la parte à Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) e parte à Receita. "Não quero sair de forma irresponsável e estou organizando os projetos, como a entrega do residencial Magnólia, que será entregue em março. Fui um secretário que acompanhou o andar de cada departamento e tenho muitas ideias para por em prática, mas não posso mais tocar elas em frente, por conta de minha vida pessoal", justificou.  

O ainda secretário aproveitou para esclarecer que não se afasta para ser candidato a algum cargo eletivo neste ano e declarou o seu apoio ao atual deputado estadual Sebastião Resende (PR) para reeleição e do atual suplente Victório Galli (PSC) para a Câmara Federal. "Esses são os candidatos aprovados pela Convenção dos Pastores da Igreja Assembleia de Deus e mesmo que gere problemas em meu partido (já que Resende não pertence aos quadros do PSC), eu abdicaria do partido, mas não poderia deixar de apoiá-los, pois primeiro eu conheci a igreja e depois o partido", concluiu.