OPINIÃO

A importância do farmacêutico no consultório de fitoterapia público e privado

por Isanete Bieski

11 de Julho de 2024, 08h48

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A fitoterapia, prática que utiliza plantas medicinais para prevenir, aliviar ou curar doenças, tem ganhado crescente reconhecimento tanto na esfera pública quanto privada. Nesse contexto, o farmacêutico emerge como um profissional essencial, garantindo a eficácia e segurança dos tratamentos fitoterápicos. Este artigo aborda a importância do farmacêutico nos consultórios de fitoterapia, destacando suas funções, responsabilidades e a contribuição para a saúde pública.

Atribuições do Farmacêutico na Fitoterapia

Os farmacêuticos possuem um vasto conhecimento em farmacognosia, farmacologia e interações medicamentosas, o que os torna aptos a orientar o uso correto de plantas medicinais. Suas principais atribuições incluem:

Avaliação do Paciente: Realizar anamnese detalhada para entender o histórico de saúde do paciente e suas necessidades específicas.

Prescrição e Orientação: Prescrever fitoterápicos de acordo com o diagnóstico e orientar sobre o uso correto, dosagem e possíveis efeitos colaterais.

Acompanhamento Terapêutico: Monitorar a evolução do paciente, ajustando tratamentos conforme necessário e garantindo a adesão ao tratamento.

Educação em Saúde: Informar e educar os pacientes sobre os benefícios e riscos dos fitoterápicos, promovendo o uso consciente.

No setor público, o farmacêutico desempenha um papel crucial na democratização do acesso à fitoterapia. Em consultórios de saúde pública, eles:

·         Promovem a inclusão ao garantir que populações carentes tenham acesso a tratamentos fitoterápicos seguros e eficazes. Além disso, integram saberes populares, valorizando e adaptando os conhecimentos tradicionais de uso de plantas medicinais ao contexto científico e clínico.

·         A fitoterapia também se destaca por sua economia, oferecendo uma alternativa mais acessível para o tratamento de diversas condições, o que contribui para reduzir a pressão sobre os sistemas de saúde pública.

No setor privado, os consultórios de fitoterapia oferecem uma abordagem personalizada e integrada ao tratamento. Os farmacêuticos atendem demandas específicas, personalizando tratamentos fitoterápicos de acordo com as necessidades individuais dos pacientes. Eles também fomentam a inovação, estando na vanguarda das pesquisas e do desenvolvimento de novos fitoterápicos, contribuindo significativamente para a evolução da prática. Além disso, oferecem consultoria especializada e atuam como consultores em farmácias de manipulação e clínicas especializadas, garantindo a qualidade dos produtos fitoterápicos.

Apesar da importância crescente, a atuação do farmacêutico na fitoterapia enfrenta desafios, como a necessidade de regulamentação específica e maior reconhecimento profissional. No entanto, as oportunidades são vastas, com o aumento da demanda por tratamentos naturais e a expansão da fitoterapia como prática integrada na saúde.

A presença do farmacêutico nos consultórios de fitoterapia, tanto públicos quanto privados, é vital para garantir a segurança, eficácia e qualidade dos tratamentos fitoterápicos. Sua expertise contribui significativamente para a promoção da saúde e o bem-estar da população, consolidando a fitoterapia como uma prática de saúde integral e acessível. Com o fortalecimento de políticas públicas e o incentivo à pesquisa, o papel do farmacêutico na fitoterapia tende a se expandir, trazendo benefícios cada vez maiores à sociedade.

* Isanete Bieski é farmacêutica, bióloga e química com sete especializações em diversas áreas, mestrado, doutorado em Ciências da Saúde e pós-doutorado em Etnobotânica de Plantas Medicinais pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Com mais de 20 anos de experiência em fitoterapia tanto no setor público quanto privado, atualmente atua como secretária geral e conselheira regional do CRF-MT.