A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) voltou a elevar sua estimativa para a produção brasileira de grãos em 2024/25, desta vez em 1,1%, para 339.6 milhões de toneladas. Em seu 10º levantamento sobre a temporada, a autarquia considera que o clima favorável, ampliação da área plantada, maior investimento tecnológico e estímulo por políticas públicas foram responsáveis por esse aumento.

Em relação à temporada 2023/24, esse volume representa um crescimento de 14,20% ou 42.2 milhões de toneladas.

A área cultivada no país totaliza 81.8 milhões de hectares, segundo a Conab, crescimento de 2,3% na comparação entre as safras. O aumento é impulsionado principalmente pela soja, cuja área cresceu 3,20% (1.5 milhão de hectares), seguida pelo milho com 2,40% (507.800 hectares) e pelo arroz, que registrou um aumento de 140.800 hectares.

“Embora o plantio das culturas de inverno tenha sido prejudicado por excesso de chuvas na Região Sul, os demais cultivos avançam satisfatoriamente nas diversas etapas do ciclo”, diz o relatório.
Segundo os cálculos da autarquia, a soja deve registrar uma produção recorde de 169.5 milhões de toneladas, aumento de 14,70% em relação à safra passada. A produtividade média também deve ser recorde, estimada em 3.560 quilos por hectare, com destaque para Goiás, onde atingiu 4.122 quilos por hectare.

Já o milho, somando as três safras, tem produção estimadas de 132 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,30%. A primeira safra já está quase toda colhida, enquanto a segunda safra segue em processo de amadurecimento. Atualmente, 27,70% das lavouras já foram colhidas, enquanto 65% ainda estão em fase de maturação.

O arroz, com colheita encerrada, registra uma recuperação, com 12.3 milhões de toneladas, aumento de 16,50%. O aumento na área plantada e o bom desempenho climático, sobretudo no Rio Grande do Sul, explicam o resultado.

No caso do feijão, a produção total estimada é de 3.15 milhões de toneladas, 1,30% inferior ao ciclo anterior, mas com bom desempenho na primeira safra, que aumentou 12,80%. As lavouras da segunda safra seguem em maturação e colheita, e a terceira está em desenvolvimento.

O algodão tem produção estimada de 3.9 milhões de toneladas de pluma, com 7,30% da área já colhida e 78,90% em fase de maturação. O aumento de 6,40% na produção reflete o aumento de 7,20% na área plantada. Mato Grosso lidera com quase 70% do total nacional, seguido pela Bahia com pouco mais de 20%.

Já o trigo, ainda em fase de plantio em boa parte dos Estados do Sul, registra queda de 16,50% na área e estimativa de produção de 7.8 milhões de toneladas. A maior parte das lavouras está entre emergência e desenvolvimento vegetativo, mas já há áreas colhidas no Centro-Oeste e Sudeste, informou a Conab.