OPINIÃO

“Orixás querem de nós cuidados reforçados: vacina no braço, máscara e sem aglomeração” afirma Iyalorixá

por Edna de Oxum

13 de Janeiro de 2022, 09h29

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Divulgação

Se o debate entre fé e ciência parece ter criado muitas divisões ao longo da história, na avaliação da Iyalorixá Edna de Oxum, do Ilê Axé Igbá Osogbô, a ciência é uma ferramenta utilizada pelo divino para garantir que a humanidade viva com saúde.

Mãe Edna de Oxum, como é conhecida, lidera uma comunidade religiosa, no bairro São Mateus, em Várzea Grande. Ao consultar o jogo de búzios para receber as orientações dos deuses africanos para o ano de 2022, a resposta obtida foi um alerta, para si e para todos, para que sejam intensificadas as medidas de biossegurança em prevenção contra o coronavírus e também contra outras doenças causadas por vírus, como é o caso da Influenza H3N2.

“Muitas pessoas que professam uma crença acham que ter fé é o suficiente para que Deus o livre de uma pandemia. Mas não é bem assim que acontece. Todos estamos sujeitos ao contágio e isso é um problema sério neste tempo em que muita gente ainda se recusa a acreditar na ciência ou nega a eficiência da máscara e da vacina”, avalia a sacerdotisa.

Demonstrando preocupação com o futuro próximo, mãe Edna afirma que os Orixás alertam a humanidade a mais um período de recolhimento, enquanto avança mais uma onda da pandemia.

“Os Orixás são emissários de Olodumare, o grande Deus Criador, e a função deles em nossas vidas é justamente proporcionar o equilíbrio em todas as nossas dimensões, seja a espiritual, física e psicológica. Quando eles nos alertam para um maior cuidado é porque querem que tenhamos saúde e possamos viver uma vida bem. Infelizmente, o período de aparente normalidade que houve após a segunda onda levou muita gente a pensar que a pandemia já tinha acabado, agora vemos a consequência”.

Mãe Edna afirma que não há contradição entre religião e ciência, e que ao analisar os ensinamentos ancestrais, a base da religiosidade afrobrasileira se dá em sintonia com a medicina, já que tantos os rituais e remédios usados no contexto da religião quanto muitos medicamentos feitos pelos laboratórios extraem seus elementos da natureza, que para o Candomblé é o local de domínio dos Orixás. 

 “Independentemente da sua fé, agora é hora de pensarmos como sociedade e exercer o autocuidado e o cuidado ao próximo. Não estamos em período de aglomeração. Então, o que nos resta é fazer o que está ao nosso alcance, e o que está sendo recomendado pela medicina, seja usando máscara, higienizando as mãos, evitando contato físico como aperto de mãos e abraços. É fundamental que todos tomem a vacina, quantas vidas já estão sendo salvas por conta dela! Depois que fizermos nossa parte, aí sim vamos poder rezar a Olodumare e aos Orixás para que possam nos abençoar e cessar o quanto antes essa pandemia”.