Três Tucanos
Aos olhos do povo Taques, Aécio e Alckmin em situações bem diferentes
14 de Março de 2016, 07h51
O domingo marcado por novas manifestações populares merece uma profunda reflexão. No tocante a seus personagens alvo está o ponto principal de uma nova discussão levantada, como que por acaso, nas ruas. Se antes Lula, Dilma e o PT eram os escrachados ainda o são. Mas não estão só.
Tem tucano no mesmo barco. E tão legítima quanto às críticas direcionadas ao atual governo e seus "mandachuvas" está a insatisfação com a falsa moralidade de cabeças do PSDB. O senador Aécio Neves e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, neste domingo popular, não puderam fazer parte do povo.
Foram vaiados, hostilizados em coro pelos manifestantes que berraram "corruptos" e "oportunistas". Tiveram que sair da Avenida Paulista, em São Paulo, às pressas e escoltados. Tão amarelo quanto a maioria das camisetas dos manifestantes ficou o sorriso da dupla.
Bem distante dali, não somente em termos geográficos, o governador de Mato Grosso também saiu às ruas, percorrendo a manifestação que reuniu cerca de 50 mil pessoas, segundo os organizadores (32 mil para a Polícia Militar) em Cuiabá. Foi ovacionado e não teve problema algum, a não ser com o excesso de pedidos do povo para tirar selfies que o impedia de andar mais rápido. Pedro Taques chegou, mostrou a que veio e ficou por um bom tempo na passeata, ao lado da mulher.
Sobre estes dois episódios, ficou mais do que clara a disparidade no que tange à representação popular e ao voto de confiança depositado nos personagens, coincidentemente, de um mesmo partido. A falta de moral dos que foram à São Paulo não atinge o governador de Mato Grosso que, apesar das críticas por direito a serem feitas, tem se mostrado disposto e firme na missão de conduzir o Estado com seu pleno plano político.
O reconhecimento popular recebido por Taques mostra: o mérito não está no partido, está na postura.