OPINIÃO

A revolução no tratamento da endometriose por meio da robótica

por Caroline Garcia

15 de Fevereiro de 2025, 06h00

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Divulgação

A endometriose é uma condição em que o endométrio, tecido que reveste o interior do útero, se desenvolve fora dele. Isso pode causar dor intensa, distensão abdominal, e em alguns casos, infertilidade. O diagnóstico pode ser desafiador, pois os sintomas variam de mulher para mulher e podem ser confundidos com outras condições.

Geralmente consideramos a cirurgia quando os tratamentos clínicos, como mudanças no estilo de vida e as terapias hormonais, não são suficientes para controlar os sintomas.

A cirurgia tem como objetivo a remoção do tecido endometriótico, e desfazer possíveis aderências causadas pela enfermidade, aliviando assim a dor e melhorando a qualidade de vida da paciente.

Atualmente, uma prática vem se destacando na medicina, a cirurgia realizada por meio da robótica.

A cirurgia robótica já é uma realidade na medicina brasileira, com hospitais de ponta adotando essa tecnologia para o tratamento de diversas condições ginecológicas, incluindo a endometriose.  Especialistas têm investido em treinamento e capacitação para garantir que a implementação dessa técnica seja feita com segurança e eficácia.

No Brasil, o acesso à cirurgia robótica tem crescido, proporcionando a muitas mulheres a oportunidade de tratamento com uma abordagem menos invasiva e mais eficaz. Isso não apenas melhora os resultados clínicos, mas também proporciona um suporte emocional e psicológico vital para aquelas que enfrentam a dor da endometriose.

Vale lembrar que é uma técnica minimamente invasiva que utiliza uma tecnologia onde o cirurgião controla os braços robóticos equipados com instrumentos cirúrgicos de alta precisão através de um console. Essa abordagem tem se mostrado uma das melhores formas de tratamento cirúrgico da endometriose.

A tecnologia robótica permite uma visualização tridimensional e ampliada do campo cirúrgico, o que possibilita uma maior precisão na remoção do tecido endometrial e na preservação de estruturas adjacentes, como ovários e tubas uterinas. De acordo com estudos, a cirurgia robótica pode estar associada a uma menor taxa de complicações em comparação à cirurgia convencional.

Esse procedimento, geralmente resulta em menos dor pós-operatória que se deve à menores incisões e ao trauma reduzido nos tecidos. Os pacientes que se submetem à cirurgia robótica tendem a ter um tempo de recuperação mais curto. Muitas mulheres podem voltar às suas atividades normais em poucos dias, enquanto a recuperação de uma cirurgia convencional pode levar semanas.

A cirurgia robótica não é apenas uma tendência; é uma nova era na medicina que permite que as mulheres enfrentem a endometriose com mais esperança e menos sofrimento. Ao integrarmos essa tecnologia em nossa prática clínica, estamos não apenas melhorando os resultados cirúrgicos, mas também impactando positivamente a vida de nossas pacientes

Lembre-se, você não está sozinha nessa jornada.

Cuide-se e priorize sua saúde!

Drª Caroline Garcia é médica ginecologista, especializada em tratamentos cirúrgicos da endometriose por meio de robótica