OPINIÃO
Várzea Grande e o futuro
15 de Maio de 2024, 05h41
Aquela que já foi conhecida como cidade industrial, comemora nesta quarta-feira, 15 de maio, 157 anos de história. A cidade feita de um povo batalhador tem poucos motivos para celebrar quando se trata de mobilidade, infraestrutura e desenvolvimento. Mas o potencial e as pessoas desta cidade podem mudar este cenário.
Em Vegê o último censo (2022) apontou que 300.078 mil pessoas que vivem na cidade, 152.307 são mulheres, representando 51% da população, enquanto 147.771 são homens, totalizando 49%. É nesta maioria que me incluo, de mulheres que querem trabalhar pela nossa cidade.
A cidade teve nas últimas décadas praticamente o mesmo grupo político se revezando no poder, houve apenas troca de cadeiras de lugar, o que considero muito prejudicial ao desenvolvimento da cidade. Com objetivo primário de se perpetuar à frente do poder executivo, este mesmo grupo não conseguiu solucionar velhos problemas, e ainda viu com o crescimento da população o surgimento de novas dificuldades.
O problema da água é antigo e recorrente, há muitos anos vários bairros de Várzea Grande sofrem sem poder contar com um dos itens mais essenciais para a sobrevivência. Isso mesmo, falta água nas casas, e isso ocorre por falta de planejamento. Recentemente foram inauguradas Estações de Tratamento de Água, mais conhecidas como ETAs. Mas o que não foi resolvido foi a questão da tubulação, que é velha, frágil e insuficiente para levar água a quem mais precisa.
É como construir uma casa com vários cômodos, reservatório com capacidade para cinco mil litros, mas não ter encanamento para levar essa água ao banheiro e à cozinha.
O crescimento populacional deveria ser comemorado, mais de 18% entre 2010 e 2022, seria um sinal de que a cidade prospera e seu número de habitantes tem aumentado. Porém, em uma cidade onde não há planejamento, isso acaba sendo prejudicial.
Com mais pessoas morando num mesmo lugar é óbvio que mais carros circularão pelas ruas, e mais pessoas utilizarão o transporte público, e se a infraestrutura não acompanhar, congestionamentos se formarão, ruas ficarão mais esburacadas e o transporte público sobrecarregado, pode trazer mais transtornos para toda a população.
Conhecida como cidade industrial, apelido que ganhou na década de 60 com a criação de uma política de atração de investimentos para a cidade, Várzea Grande viu indústrias de bebidas, madeireira, cerâmica e frigorífica se instalarem em seus limites. Mas por falta de investimentos, estratégia e infraestrutura poucas indústrias se arriscam a se instalar no município nos dias de hoje, e as poucas que restam atuam com dificuldades.
Tudo isso ocorre pela falta de mudança e governo. Hoje, a cidade com a segunda maior população do estado, tem seu potencial limitado, com povo que tem ânsia para o desenvolvimento, mas aprisionada nas mãos de quem não sabe administrar.
Várzea Grande precisa de mudança, precisa liberar todo seu potencial e voltar a ser protagonista em Mato Grosso.
Flavia Moretti, advogada e pré-candidata à prefeitura de Várzea Grande pelo PL