OPINIÃO

Tecnologias avançadas e eficácia das operações de segurança pública

por Bruno Gouvea

15 de Agosto de 2024, 10h06

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Divulgação

A segurança pública é uma preocupação central em qualquer sociedade, e as tecnologias avançadas têm desempenhado um papel cada vez mais crucial na melhoria da eficácia das operações nesse campo. Não é à toa que estamos observando que cada vez mais a tecnologia tem sido aplicada nos serviços prestados pelas forças de segurança pública do Governo. Por exemplo, a utilização de drones, robôs, aplicativos ou sistemas de informação que garantem a modernização e um melhor serviço prestado.

De acordo com as forças de segurança pública, a aplicação da tecnologia em serviços antes 100% analógicos pode representar uma eficácia de 50% no tempo em missões de resgate e um aumento na mesma proporção de autuações em fiscalizações. Desde sistemas de vigilância até análise de dados em larga escala, as inovações tecnológicas estão transformando a forma como enfrentamos os desafios da segurança pública.

Além disso, a utilização de tecnologias avançadas tem sido um catalisador nesse processo de transformação na Segurança Pública. Uma das principais áreas em que têm impactado positivamente é a vigilância e o monitoramento. Sistemas de vigilância por vídeo equipados com inteligência artificial (IA) e análise de dados em tempo real permitem às autoridades detectar padrões suspeitos, identificar indivíduos procurados e prevenir crimes antes mesmo que ocorram. A detecção de pessoas suspeitas com o analítico de IA focado no monitoramento preventivo, por exemplo, tem se mostrado uma ferramenta valiosa.
 

Outra solução que tem contribuído significativamente com a segurança pública são a detecção de veículo suspeito e o Reconhecimento de Placas de Veículos (LPR), sendo que, em algumas soluções do mercado, há tecnologia para integração direta com os principais sistemas do governo federal e alguns estaduais.
 

Podemos perceber o uso dessas ferramentas no estudo “Segurança pública na era da big data: os desafios da implementação de novas tecnologias no combate à criminalidade”, realizado pela FGV Direito Rio, onde mostra que os equipamentos mais utilizados são os drones, por 63% das forças, seguidos do OCR, aparelho que decodifica as placas dos carros em imagens de câmera, utilizados por 44%. Além desses, têm o reconhecimento facial, utilizado por 33%, as câmeras acopladas nos uniformes da polícia, com 22% e o policiamento preditivo, por 7%.
 

Contudo, dos benefícios diretos na investigação e prevenção de crimes, as tecnologias avançadas também melhoram a eficiência operacional das agências de segurança. Ou seja, sistemas de gerenciamento de ocorrências e comunicação em tempo real facilitam a coordenação entre equipes, agilizando o fluxo de informações e garantindo uma resposta mais rápida e coordenada a situações de emergência.
 

No entanto, é importante ressaltar que a implementação dessas tecnologias deve ser acompanhada de medidas rigorosas de proteção de dados e garantia da privacidade dos cidadãos. O uso responsável e ético das tecnologias de segurança é fundamental para evitar abusos e preservar os direitos individuais.
 

O futuro da segurança pública está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento e uso inteligente dessas inovações tecnológicas.


 

*Bruno Gouvea é sócio e COO da Monuv, um software de videomonitoramento (VMS) que torna centrais de segurança mais eficientes aplicando inteligência artificial ”as a service”, e possui 20 anos de experiência na indústria de eletroeletrônicos e metalúrgica, ministrou painéis da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e já executou projetos de inovação junto ao SENAI.