OPINIÃO

Mitos e verdades sobre a diabetes gestacional

por Arnaldo Sérgio Patrício

16 de Junho de 2024, 06h00

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A diabetes gestacional é um tema que gera muitas dúvidas e, infelizmente, várias informações equivocadas. Para esclarecer o que é verdade e o que é mito, vamos elencar alguns pontos neste artigo

A diabetes gestacional é uma condição que afeta algumas mulheres durante a gravidez, caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue. Uma das verdades importantes sobre essa condição é que, se não for bem controlada, pode levar a complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. 

Essas complicações podem incluir hipertensão, pré-eclâmpsia, parto prematuro, e até mesmo problemas no desenvolvimento do feto. Portanto, é crucial o acompanhamento médico regular e o controle rigoroso da glicemia.

Um dos mitos mais comuns é que todas as mulheres que desenvolvem diabetes gestacional já tinham diabetes antes da gravidez e só não haviam sido diagnosticadas. Na realidade, a doença pode se desenvolver devido às mudanças hormonais e fisiológicas que ocorrem durante a gravidez, que podem aumentar a resistência à insulina.

Outro equívoco é acreditar que ela sempre causa sintomas evidentes, como sede excessiva ou aumento na frequência urinária. Na verdade, muitas mulheres não apresentam sintomas e só descobrem a condição através dos exames de rotina pré-natais. Por isso, o rastreamento é essencial.

Há também uma falsa crença de que todas as mulheres que desenvolvem diabetes gestacional darão à luz bebês grandes. Embora seja verdade que a hiperglicemia não controlada pode levar ao crescimento excessivo do feto (macrossômico), isso não acontece em todos os casos. O controle adequado dos níveis de glicose pode reduzir significativamente esse risco.

Algumas pessoas acreditam erroneamente que uma vez diagnosticada a diabetes gestacional, a mulher terá diabetes pelo resto da vida. É verdade que mulheres que tiveram diabetes gestacional têm um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro, mas com mudanças no estilo de vida e monitoramento regular, muitas conseguem prevenir essa evolução.

Outra verdade que precisa ser destacada é a importância da dieta e do exercício físico no manejo da diabetes gestacional. Uma alimentação balanceada, com baixo índice glicêmico, e a prática regular de atividades físicas ajudam a manter os níveis de glicose sob controle e podem minimizar a necessidade de medicamentos.

Por fim, é importante desmistificar a ideia de que o tratamento com insulina é sempre necessário. Na maioria dos casos, a diabetes gestacional pode ser controlada com dieta e exercício. No entanto, quando esses métodos não são suficientes, a insulina pode ser necessária para manter a glicose em níveis seguros tanto para a mãe quanto para o bebê.

A chave para o sucesso no tratamento é a informação correta, o acompanhamento médico regular, e um estilo de vida saudável. Desmistificar os equívocos e focar nas verdades é fundamental para garantir uma gravidez saudável e um futuro seguro tanto para a mãe quanto para o bebê.

Arnaldo Sérgio Patrício é médico endocrinologista do Hospital São Judas Tadeu, em Cuiabá